Restam apenas 2,5% da cobertura original da Mata Atlântica no Rio Grande do Norte. O dado alarmante foi revelado pelo superintendente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) no Estado, Rivaldo Fernandes, durante entrevista à TV Tropical nesta terça-feira 3. Ele comentou os resultados da operação Mata Viva, deflagrada na semana passada para combater o desmatamento e a degradação do bioma.
Segundo Rivaldo, o território da Mata Atlântica cobria, até 2023, cerca de 6,5 mil km² no RN. Hoje, o que persiste é menos de um vigésimo disso. A redução extrema é resultado da expansão desordenada de setores como o imobiliário e a agropecuária, muitas vezes operando sem licenciamento. “É uma coisa absurda. Grandes empresas entram, constroem agências, loteamentos, e destroem sem sequer ter licença”, afirmou. O bioma está presente em 25 municípios litorâneos do Estado e, segundo ele, o Brasil nasceu nele — o que torna a sua destruição ainda mais simbólica.
A operação do Ibama envolveu ações em diversos pontos do estado, sem um território específico. Foram aplicadas cerca de R$ 2 milhões em multas, além de notificações e embargos de áreas irregulares. Rivaldo explicou que a ação vai além da punição e busca também estimular a recuperação ambiental das áreas atingidas. “A legislação é muito rígida. A grande maioria das multas é paga e essa é a única forma administrativa de impedir que o crime ambiental continue”, disse.
As fiscalizações são contínuas e fazem parte de um planejamento nacional elaborado pela Superintendência do Ibama em Brasília, que distribui os alvos das operações ao longo do ano. No Rio Grande do Norte, a atenção agora se volta à Caatinga, bioma exclusivamente brasileiro, predominante no Estado e que, segundo Rivaldo, deve ser o próximo foco das ações do órgão.
As consequências da devastação da Mata Atlântica são severas. Animais perdem seus habitats e entram em processo de extinção. “Há uma lista de espécies em extinção no estado”, informou. Além disso, o solo também sofre. “O solo, que gera vida e alimento, entra em degradação e deixa de permitir atividades normais de agricultura sustentável”, completou o superintendente.
A operação Mata Viva reforça a atuação do Ibama como órgão fiscalizador e protetor do meio ambiente, em meio a um cenário de devastação crescente e de pressão sobre ecossistemas frágeis e cada vez mais escassos.
Fonte: https://agorarn.com.br/ultimas/mata-atlantica-no-rn-tem-so-25de-cobertura-restante-alerta-ibama/