O corpo como palco de um encontro essencial

No último dia 2 de junho, Denise Stoklos recebeu a Cult em seu apartamento no bairro de Pinheiros, em São Paulo, para falar das coisas do tempo, à moda de Drummond, e de sua bem-sucedida carreira nacional e internacional. A atriz, diretora e escritora paranaense – cujo estilo de performance não encontra paralelo na história do teatro brasileiro – completa 75 anos, disposta a trabalhar com novos parceiros e a refrescar suas ideias teatrais, como conta na entrevista a seguir.

Quem é a Denise Stoklos prestes a completar 75 anos de idade?
Me sinto muito realizada por ainda estar fazendo teatro, algo que me sustenta de todas as formas. Apresentarei no mês de junho, no Rio de Janeiro, os espetáculos Mary Stuart e Elis Regina, e a leitura de fax para Colombo. Essas remontagens me deixam muito animada pelo fato de poder recuperar um repertório todo, se quiser, na medida em que sinto a memória e o corpo presentes. Os projetos de codireção que eu comecei a realizar com Alessandra Maestrini também abriram caminhos que eu não conhecia, como a montagem de O papel de parede amarelo e eu, com texto da Charlotte Perkins Gilman e atuação de Gabriela Duarte. Iremos dirigir também Mateus Solano, mas ainda temos que definir as datas.
Há outros projetos de teatro solo?
Sim, também estamos trabalhando com João Paulo Lorenzon a partir de um poema que eu escrevi. Deve sair no segundo semestre. Ele é um ator muito interessante, que trabalha com teatro essencial. É um retorno ao enxugamento teatral baseado na interpretação do ator, condição a partir da qual eu t