Fanon em coletiva de imprensa no Congresso de Escritores da Tunísia, em 1959 (Fanon Archives/Imec)
Por que Fanon, por que agora?” Essa foi a pergunta feita pelo crítico literário jamaicano Stuart Hall em 1995, quando percebeu o reaparecimento do pensador martinicano nas discussões sociais de seu tempo. Observando o retorno das ideias de Frantz Fanon ao centro do pensamento social brasileiro, o pesquisador e escritor Deivison Faustino propõe retornar ao próprio autor, que escreveu: “Toda questão social e teórica deve ser equacionada em seu tempo”.
Deivison conta que, “no final do século 20, especialmente com a queda do Muro de Berlim, a perspectiva da revolução perdeu hegemonia no debate internacional, e, com isso, Fanon também saiu de cena”. Foi na tradição dos estudos culturais britânicos que a obra do pensador e revolucionário continuou a ser estudada. Desta vez, associado mais a autores do pós-estruturalismo, como Foucault, Derrida e Deleuze, do que ao eixo de pensamento marxista.
Segundo Deivison, para além dos pós-estruturalistas e dos marxistas, os grupos que reivindicam Fanon são tão diversos quanto as áreas de penetração de seu pensamento, que vão da sociologia à psicologia. “Existe um Fanon anticolonial da revolução terceiro-mundista; um pós-colonial do pensamento cultural britânico; um decolonial dos autores latino-americanos; um afropessimista; um do feminismo negro; e há vários ‘Fanons’ do marxismo. Os autores mobilizam Fanon para pensar os desafios de sua época”, diz.
Essa multiplicidade de leituras do autor chegou ao Brasil pela primeira vez por intermédio do pensador e educador Paulo Freire, exp
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Fonte: https://revistacult.uol.com.br/home/obra-de-frantz-fanon-no-mercado-editorial-brasileiro/