Belém será um divisor de águas, diz diretora executiva da COP 30
Belém será um divisor de águas, diz diretora executiva da COP 30
Belém será um divisor de águas, diz diretora executiva da COP 30
Belém será um divisor de águas, diz diretora executiva da COP 30
Belém e Pará – Em Belém para a abertura do Congresso Sustentável do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS) 2025, iniciado nesta terça-feira, 1º de julho, no Teatro Estação Gasômetro, a economista Ana Toni, que está diretora executiva da COP30, disse não ter dúvidas de que a realização da 30ª Conferência das Partes na capital paraense será um divisor de águas para a discussão ambiental. E acrescentou: o Brasil é um grande provedor de soluções climáticas, mas essa atuação precisa ganhar agilidade.
Ela recebeu o governador Helder Barbalho (MDB), que também compareceu à programação, e lembrou que eles se encontraram em Sharm El-Sheik, no Egito, para a COP27, em 2022, ocasião em que o ainda eleito presidente Lula (PT) anunciou o desejo de que o Brasil sediasse uma edição da Conferência. Marcello Brito, secretário executivo do Consórcio da Amazônia Legal e enviado especial da COP30 para os estados da Amazônia, também estava presente.
“Eu e o [presidente da COP30 e secretário de Clima, Energia e Meio Ambiente do Ministério das Relações Exteriores] André Correa do Lago temos andado o mundo, o Brasil e toda vez que questionam Belém como sede, eu digo: vocês não sabem o que questionam. Belém vai fazer história na COP30, eu não tenho nenhuma dúvida. Tivemos um debate climático até aqui, e teremos outro a partir daqui”, enalteceu Ana.
A seguir, a diretora executiva lembrou que a convenção de clima nasceu no Rio de Janeiro, em 1992, e que além disso ainda houve o acordo de Paris em 2015, mas que é pouco reconhecido o tanto que a vida mudou por causa dessas tratativas.
A economista lembra que, até então não se falava em renovar. A revolução energética que está ocorrendo na China, na Índia, no Brasil, nos Estados Unidos, de transporte com biocombustíveis, com energia elétrica, o debate sobre agricultura mudou completamente.
“Agora se fala em agricultura regenerativa. Isso aconteceu em um espaço curto de tempo, e veio muito de cima para baixo porque começamos a entender as consequências da mudança do clima, que a gente pensou que ia ser ‘do futuro’, para as novas gerações. Mas ela chegou muito mais rápido do que a gente imaginou”, ponderou.
Ela lembrou que altas temperaturas hoje atingem Espanha, Portugal, França, e em paralelo o Rio Grande do Sul voltou a enfrentar enchentes de novo no Rio Grande do Sul, a Amazônia enfrenta incêndios.
Isso, para Ana, que é ex-presidente do Conselho de Administração do Greenpeace, delimita um marco que terá a COP30 como símbolo: as mudanças começaram através da ciência mostrando quais seriam essas consequências, de cima para baixo. Só que a Geopolítica não está ajudando.
“As consequências e o motor de mudança não vira mais de cima para baixo, de negociações internacionais que estão cada vez mais difíceis”, anunciou.
A COP30 como Aceleradora de Mudanças
No entendimento da CEO da COP30, a mudança agora vem de baixo para cima. Das empresas, dos consumidores, das populações indígenas, populações tradicionais, dos governadores, prefeitos. “A mudança está um pouco nas nossas mãos. E é nesse intuito que a CEO da COP30 se coloca como uma COP não só de implementação, mas de aceleração dessa implementação. Já começou. A gente precisa acelerar essa mudança e dar escala a essa mudança. E esse tema, escala, é um dos mais difíceis do Brasil”, avaliou.
Por mais de uma vez, Ana Toni frisou que o Brasil é totalmente um provedor de soluções climáticas. Nas áreas de agricultura, energia, floresta, somos provedores de solução climática. Mas nosso desafio é ser provedor de soluções climáticas com escala, e acelerando porque ainda falta muito a implementar.
“Uma coisa que está ficando mais óbvia agora para o Brasil, e creio que a COP30 vai ajudar a consolidar isso, principalmente sendo no Pará, que é nossa vocação socioambiental de provedor de soluções climáticas. Brasileiros ainda não vestiram essa camisa. Isso é o que vai fazer a diferença. Essa é nossa vocação. Com todos os desafios, erros e acertos. Só vivenciando vamos conseguir falar para os outros”, encerrou.
O Pará como Exemplo de Políticas Ambientais
Em seu momento de fala, o governador do Pará corroborou a defesa de Ana Toni, e garantiu que o estado está construindo políticas públicas e se apresentando ao Brasil como um exemplo para a implementação de políticas ambientais no país.
“É fundamental que nós possamos construir um ambiente de convergência daquilo que a iniciativa privada enxerga como oportunidade, e o poder público construindo um ambiente que traga segurança jurídica e a indução para esta atividade. É muito importante a mobilização da iniciativa privada na construção de um novo modelo econômico que valorize os ativos florestais, que possa desenvolver a nossa biodiversidade e as riquezas da Amazônia”, afirmou Helder.
O chefe do Executivo paraense destacou a estratégia do Governo do Pará de restauro de áreas, já colocando a primeira concessão pública de restauro para o mercado – e reforço que serão feitas mais duas concessões ainda no ano de 2025.
O governador também aproveitou para reforçar que durante a agenda do carbono, o Estado já fez a primeira grande comercialização e que segue realizando as escutas junto às comunidades tradicionais para a repartição do uso desses recursos.
“Nós estamos nos apresentando ao Brasil como um Estado que já constrói as suas bases para, inclusive, a partir do exemplo do estado do Pará, nós possamos ser um farol para repercussão em outros estados do Brasil e claro, como uma política nacional”, complementou Helder Barbalho.
Fonte: https://diariodopara.com.br/belem/belem-sera-um-divisor-de-aguas-diz-diretora-executiva-da-cop-30/