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O presidente Lula (PT), segundo informações da colunista Mônica Bergamo, da Folha, decidiu que não vai sancionar o projeto de lei aprovado pelo Congresso que aumenta de 513 para 531 o número de deputados federais. A proposta enfrenta forte rejeição popular, e o chefe de Estado quer evitar assumir o desgaste político associado à medida, que deverá ser promulgada pelo próprio Congresso.
O mandatário agora avalia duas possibilidades: vetar o projeto ou se abster, permitindo que a proposta siga sem sua assinatura. Segundo ministros que despacham com o presidente no Palácio do Planalto, Lula tem recebido conselhos dos dois lados e ainda não bateu o martelo sobre qual caminho seguirá.
Caso opte pelo veto, Lula se coloca frontalmente contra o aumento de parlamentares e conquista apoio popular.
Por outro lado, se decidir não sancionar nem vetar, o presidente evita um novo confronto direto com o Legislativo, mas perde a chance de protagonizar o veto e se afastar da impopularidade da proposta. O risco é ser visto como omisso diante de um tema que mobiliza a opinião pública.
Entre os aliados, há forte pressão para que o presidente vete o projeto. “Lula deveria vetar. Não é o caso de se omitir”, afirmou o deputado Rui Falcão (PT-SP). Nos bastidores, integrantes do PT argumentam que a decisão mostraria firmeza e respeito ao sentimento popular.
O advogado Marco Aurélio de Carvalho, coordenador do grupo Prerrogativas e aliado de Lula, também defende o veto. “O presidente tem muita sensibilidade. Sabe capturar o sentimento do povo. Com o veto, abre-se um espaço importante para reflexão”, afirmou.