Por Luciana Pinheiro, diretora da Citrix Latam no Brasil.
Independente se a liderança da empresa está adotando a estratégia “AI First” (abordagem de negócios que coloca a inteligência artificial no centro das decisões e operações de uma empresa), com certeza os seus funcionários já estão utilizando ferramentas de IA. Nós já vimos isso quando os colaboradores começaram a usar seus celulares pessoais e aplicações web para acessar emails da empresa, se conectar em vídeo chamadas etc. Estamos repetindo a tendência da “consumerização de TI”, porém agora com a Inteligência Artificial.
Colaboradores estão usando ChatGPT para escrever documentos e criar estratégias, adotando extensões de browser, copilots em ferramentas de colaboração e alimentando LLMs com fotos e vídeos de forma indiscriminada. E está tudo bem! Pois, os profissionais estão buscando serem mais produtivos – apenas isso! Com a ajuda da IA, eles conseguem maximizar sensivelmente suas atividades, orquestrar fluxos, analisar dados e automatizar processos com maior eficiência e agilidade.
Mas e a segurança? Esses colaboradores estão cientes dos riscos que correm e que oferecem a empresa fazendo frequente uso da IA?
Mesmo as empresas que não adotaram oficialmente uma estratégia “AI First” já estão expostas aos riscos e às vantagens desta tecnologia.
O que muitos ainda não perceberam é que inovar exige cuidados com a segurança. Ferramentas de IA generativa vêm sendo usadas dentro das empresas — por colaboradores, fornecedores e parceiros — muitas vezes sem qualquer governança formal. Isso abre portas para vazamentos de dados, espionagem corporativa e brechas que podem ser exploradas por agentes mal-intencionados.
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O que estamos vendo hoje no mercado é que as empresas mais bem-sucedidas são aquelas que entenderam que segurança e inovação não são mais agendas separadas. Ao contrário: uma sustenta a outra.
A segurança deixou de ser um pilar de apoio. Ela é, hoje, a fundação da inovação. E, quando falamos em IA, isso se torna ainda mais evidente. Afinal, não podemos garantir que a utilização de diversas ferramentas seja 100% confiável sem um ambiente digital seguro e controlado.
Por isso, a adoção de modelos de segurança baseados em Zero Trust tornou-se uma necessidade. Em um cenário no qual dados sensíveis trafegam entre nuvens, dispositivos e aplicações, o modelo tradicional de segurança, baseado em perímetro, como utilizado por uma VPN, simplesmente não dá conta. É preciso garantir que cada acesso, cada usuário e cada aplicação, sejam continuamente verificados e protegidos.
Entendo que proteger estações de trabalho e ambientes corporativos nunca foi tão urgente. A virtualização segura é, mais do que nunca, um catalisador da inovação, permitindo que empresas entreguem ambientes de trabalho digitais, escaláveis e blindados de ponta a ponta.
Isso é especialmente crítico quando pensamos no uso de IA. Modelos generativos são treinados a partir de grandes volumes de dados, que, se não forem protegidos, podem ser comprometidos, expostos ou utilizados de forma indevida.
Não importa se o colaborador é humano, assistido por IA ou mesmo totalmente autônomo (tendência futura). As atividades corporativas ainda são feitas no “ambiente de trabalho”. Se a empresa fornece um ambiente de trabalho seguro, está fazendo a parte mais difícil.
Há tecnologias atuais capazes de oferecer suporte a acesso orientado por identidade, controles na camada de aplicativo, gravação de sessão, aplicação de política de confiança zero e observabilidade voltada à segurança por meio de recursos como uberAgent e deviceTRUST. Com essas tecnologias modernas, as empresas conseguem preparar seus colaboradores para usarem IA com maior controle.
Um bom exemplo de empresa que permite o uso da IA mas com segurança é NVIDIA através de seus parceiros provendo estações de trabalho virtuais com inteligência artificial (IA) baseadas na NVIDIA Virtual GPU (vGPU). Dessa forma, a companhia inspira outras empresas com visão de futuro, visando desenvolver aplicações de IA com maior proteção e economia de custos.
Estão disponíveis no mercado tecnologias inovadoras para gerenciar um superfuncionário humano-IA híbrido! É possível sim dar liberdade de escolha ao colaborador sem sufocar a inovação, a criatividade e a produtividade. A cada dia, a tecnologia trilha novos caminhos e, com eles, surgem oportunidades inimagináveis.
Apesar de ainda não sabermos ao certo onde estará – e se haverá – o destino final, sabemos sim que se trata de uma via de mão única, na qual a possibilidade de se encontrar um retorno fica cada vez mais remota.
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Fonte: https://itforum.com.br/noticias/ia-risco-que-sua-empresa-ja-enfrenta/