O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, desembarcou nesta sexta-feira (10) em Nova York, nos Estados Unidos, para cumprir uma série de compromissos voltados à segurança pública e à atração de investimentos, informa o jornal O GLOBO. A agenda internacional inclui reuniões com autoridades da DEA (Agência de Combate às Drogas dos EUA), visitas à Academia de Polícia de Nova York e encontros com representantes do Escritório das Nações Unidas para Assuntos de Desarmamento (UNODA).
Segundo nota divulgada pelo governo estadual, a viagem tem como objetivo principal “viabilizar parcerias que auxiliem no combate ao tráfico de drogas e de armas no Rio de Janeiro”, além de “apresentar as oportunidades econômicas do estado a investidores internacionais de diversos setores”.
Castro afirmou que a expectativa é que a missão internacional traga resultados concretos para o enfrentamento ao crime organizado. “A expectativa é firmar parcerias que fortaleçam o combate ao tráfico, além de apresentar as oportunidades econômicas do estado a investidores internacionais”, declarou.
Durante a visita à ONU, o governador deve discutir práticas de controle de armas convencionais, uma pauta que ganhou peso diante da crescente presença de armamento de uso restrito nas mãos de facções criminosas e milicianos.
Rumo à classificação como narcoterroristas
A viagem ocorre em meio a uma articulação inédita do governo fluminense: buscar junto às autoridades dos EUA o reconhecimento formal de facções criminosas que atuam no estado, como o Comando Vermelho, como organizações narcoterroristas.
Na quinta-feira (9), o secretário de Estado de Segurança Pública, Victor Santos, anunciou que um relatório elaborado pelas inteligências da Polícia Militar e da Polícia Civil será entregue às autoridades estadunidenses. O documento detalha conexões entre líderes do tráfico e redes internacionais do crime, incluindo máfias italianas e organizações já classificadas como terroristas em outros países.
Segundo o secretário, esse reconhecimento abriria caminho para uma cooperação mais ampla com os EUA, especialmente no rastreamento e bloqueio de recursos financeiros oriundos de atividades ilícitas.
— O sistema financeiro dos EUA, com o uso do Swift (Sociedade para Telecomunicações Financeiras Interbancárias Globais, na sigla em inglês), tem facilidade em rastrear e bloquear valores suspeitos no mundo todo. Se houver suspeita de que o dinheiro venha de uma organização criminosa ou terrorista, é possível agir rapidamente — explicou Santos.
A estratégia se baseia em precedentes internacionais e busca reforçar a capacidade do estado para combater as estruturas financeiras que sustentam o crime organizado. Caso o apoio seja conquistado, o governo do Rio espera ampliar o treinamento de agentes em técnicas de inteligência financeira e lavagem de dinheiro, com apoio direto de instituições estadunidenses.
A proposta de classificar facções como terroristas é polêmica e divide especialistas, mas tem ganhado força nos bastidores políticos em meio ao agravamento da violência armada e à sofisticação das redes criminosas no Brasil. A missão de Castro em Nova York marca um novo capítulo nessa ofensiva internacional do governo fluminense.
Fonte: https://agendadopoder.com.br/claudio-castro-vai-a-nova-york-em-busca-de-parcerias-contra-trafico-e-quer-apoio-dos-eua-para-classificar-faccoes-como-terroristas/