Pesquisa divulgada pela Genial Quaest nesta sexta-feira (4/7) aponta que o Congresso tem sido alvo da maioria das críticas nas redes sociais, após o agravamento da crise entre parlamentares e o governo federal em torno do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).
Desde o começo do embate direto entre Legislativo e Executivo, as menções ao Congresso tiveram 61% de críticas, houve 28% de manifestações neutras e 11% delas foram positivas para os parlamentares ou de ataque ao governo. O levantamento da Quaest coletou 4,4 milhões, nas redes sociais, entre 24 de junho a 4 de julho deste ano.
A pesquisa destaca que a campanha contra o Congresso ganhou força a partir do dia 25 de junho, ou seja, justamente após os parlamentares derrubarem o decreto assinado pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
A medida de Lula, de 11 de junho deste ano, implica na imposição de cobrança de IOF em operações e investimentos antes isentos, além de aumentar alíquotas em algumas transações para as quais já havia incidência do tributo.
Temas monitorados
A empresa de pesquisa fez um recorte em relação aos temas monitorados do dia 17 de junho até o dia 30 de junho. Excluindo-se as menções gerais ao Congresso (54%), a mais citada foi “inimigos do povo”, com 18%, na sequência aparecem “Congresso mamata” (13%) e “Hugo Motta” (8%). Menções como “ricos paguem a conta” e “taxação BBB”, entre outras completam os 100%.
Nos últimos dias, os perfis de partidos de esquerda, principalmente o Partido dos Trabalhadores (PT), têm divulgado vídeos que levantam a necessidade de ajustes na cobrança de impostos para promover justiça social no país.
Os vídeos acusam o Congresso de defender os interesses dos ricos e também miram o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), acusado de não se importar com a parcela menos favorecida da população. “Quem alimenta o ‘nós contra eles’ acaba governando contra todos”, reagiu ele em vídeo postado nas redes sociais nesta semana.
O começo da crise
O governo federal e o Congresso Nacional travam um embate em torno do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). A crise começou no dia 22 de maio deste ano, quando o governo federal publicou um decreto estabelecendo a cobrança de IOF em operações e investimentos antes isentos, além de aumentar alíquotas em algumas transações sob as quais já havia incidência do tributo. Depois disso, houve reação do Congresso e reuniões entre os poderes sobre o tema.
Um acordo chegou a ser divulgado, mas as lideranças da Câmara e do Senado recuaram. Sem um consenso, o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), editou um novo decreto sobre o IOF em 11 de junho. No entanto, o ato presidencial foi tornado nulo com a aprovação no Congresso de um decreto legislativo no último dia 25.
Em meio aos embates entre os Poderes, outros temas envolvendo justiça fiscal entraram nas discussões. Um exemplo foi a proposição do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para a cobrança do Imposto de Renda sobre os inventimentos em Letras de Crédito do Agronegócio (LCAs) e Letras de Crédito Imobiliário (LCIs), hoje isentas.
A derrubada do decreto assinado por Lula foi chegou ao Supremo Tribunal Federal (STF) por meio de uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) na última sexta-feira (27/6). Na última terça-feira (1º/7), a Advocacia-Geral da União (AGU) decidiu ingressar na Corte para questionar a decisão do Congresso e restabelecer a validade do decreto assinado pelo presidente.
Nesta sexta, o Ministro do STF Alexandre de Moraes a suspendeu os atos do governo e do Congresso sobre o IOF.
Fonte: https://www.metropoles.com/brasil/iof-congresso-governo-batalha-digital-criticas-quaest