Denise Fraga lamenta morte da mãe: “A mulher da minha vida“

“Um dia, ela esticou um tanto mais o tempo e eu realmente acreditei. Gritei de verdade. Ela acordou sem rir. Me abraçou, terna, como se eu lhe tivesse feito uma grande declaração de amor. Naquele dia, senti raiva. No seu olhar, entendi pela primeira vez que naquela ‘mortes’ habitava a sua total carência por demonstrações de afeto. Nunca entendi exatamente o porquê, a raiz dessa mulher pidona de afeto. Dona Wilma sempre foi muito querida. Colecionou fãs, pedagoga amorosa. Tenho muitos irmãos espalhados por aí, frutos de sua maternidade afetiva. Se cobrava amor, era perdulária em gastá-lo. E, gastando-o, viveu a vida. Aproveitou tudo. Aquela mesma que brincava com a morte fumou, insolente, quatro maços de cigarro por dia durante décadas. Comeu e bebeu o que bem quis. Gulosa da vida, sorveu-a em goles fartos”, continuou.

Morre Wilma Fraga, mãe de Denise Fraga • Instagram/Denise Fraga

“Nesses últimos tempos, tenho me lembrado muito de sua brincadeira de morrer. Precisou ser internada por duas vezes em um mês e meio. Como era de se esperar, tem um efisema grave. Nas duas vezes, quase foi entubada e, nessa última, fomos chamados para decidir se sim ou se não. Com todas as comorbidades que ela tem hoje, dificilmente sairia do tubo. Ela já tinha nos dito, várias vezes, que não queria ser mantida viva artificialmente. Dura decisão. Minha mãe não conseguia mais respirar sozinha. Decidimos, eu, ela, os médicos e meu irmão, que não. E iniciou-se o tal processo de cuidados paliativos”, acrescentou em seguida.

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