Descrito pela Lonely Planet como “um dos lugares mais cativantes do mundo — de praias de areia branca, florestas tropicais exuberantes e metrópoles vibrantes e cheias de ritmo”, o Brasil segue encantando viajantes e investidores estrangeiros. Mas, para quem vive aqui, o país vai além do cartão-postal: ele também convida à reflexão sobre qualidade de vida, custo de vida e o verdadeiro significado de prosperidade.
Afinal, o que significa ser rico no Brasil hoje? Compreender a realidade econômica do país — da renda média ao patrimônio líquido das famílias, passando pelo custo de vida e pelas possibilidades de visto — pode revelar que riqueza, em muitos casos, está mais perto do que se imagina.
Renda média no Brasil: como estamos em relação ao mundo?
De acordo com dados da OCDE, a renda disponível líquida média anual por pessoa no Brasil é de aproximadamente R$ 77,5 mil. O número está abaixo da média da OCDE (US$ 30,4 mil ou R$ 182,9 mil) e bem distante da média dos Estados Unidos (US$ 51,1 mil, ou R$ 306,9 mil).
Apesar de o país contar com uma das maiores economias da América Latina, a desigualdade de renda ainda é um dos maiores desafios. Desde janeiro de 2025, o salário mínimo no Brasil é de R$ 1.500 por mês — o que evidencia o abismo entre os que ganham o mínimo e a renda média nacional.
Custo de vida no Brasil: uma vantagem estratégica
O custo de vida no Brasil é um dos mais baixos entre os países listados em rankings internacionais — o que representa uma vantagem para quem deseja investir, morar ou se aposentar no país. Segundo o Numbeo, o custo mensal médio por pessoa (sem aluguel) no Brasil é de US$ 466 (R$ 2,8 mil) — menos da metade do verificado no Reino Unido ou nos Estados Unidos.
Comparativo internacional: custo mensal por pessoa (sem aluguel)
- Suíça: US$ 1.600 (R$ 10 mil)
- EUA: US$ 1.100 (R$ 7 mil)
- Reino Unido: US$ 1.000 (R$ 6,6 mil)
- México: US$ 637 (R$ 3,8 mil)
- Brasil: US$ 466 (R$ 2,8 mil)
Além disso, o aluguel no Brasil é cerca de 75% mais barato do que no Reino Unido. Em relação aos Estados Unidos, o custo de vida no Brasil é 127% menor, e o aluguel chega a ser 177% mais baixo — com variações regionais ainda mais expressivas. Refeições em restaurantes, por exemplo, podem custar 175% mais nos EUA, e os produtos de supermercado, 146% mais.
Patrimônio líquido médio: o retrato da riqueza no Brasil
Outro indicador relevante para entender o que é ser financeiramente bem-sucedido no Brasil é o patrimônio líquido médio das famílias — que engloba todos os bens e ativos, como imóveis, investimentos e saldo bancário.
- Média brasileira: R$ 570,5 mil
- Média da OCDE: US$ 323 mil (R$ 1,9 milhão)
- Média dos EUA: R$ 4,1 milhões
Segundo dados da Statista, os 10% mais ricos no Brasil recebem, em média, R$ 8,2 mil por mês antes dos impostos — mais de 12 vezes a renda dos 50% mais pobres. A concentração de renda ainda é uma realidade, mas também abre espaço para um recorte mais específico de quem ascende financeiramente no país.
Qualidade de vida, redes de apoio e bem-estar subjetivo
Além dos indicadores financeiros, vale considerar outros aspectos que compõem a ideia de prosperidade. No Brasil, 83% das pessoas afirmam ter alguém em quem confiar em momentos difíceis — um índice relativamente alto. No quesito satisfação com a vida, os brasileiros deram nota média de 6,1 (em uma escala de 0 a 10), contra 7 nos EUA e 6,7 na média da OCDE.
Por que o Brasil pode ser o lugar certo para viver bem
Com um custo de vida mais acessível, riqueza natural incomparável, ambiente multicultural e opções de vistos atrativos para estrangeiros, o Brasil se posiciona como um destino interessante não só para quem quer visitar, mas também para quem deseja construir uma vida aqui como expatriado.
Em um mundo cada vez mais caro e acelerado, talvez seja hora de reconsiderar o que, de fato, significa viver com abundância. E a resposta, para muitos, pode estar exatamente onde já estão: no Brasil.
Fonte: Forbes
Fonte: https://ajn1.com.br/urbano/como-o-mundo-enxerga-a-riqueza-no-brasil/