Preparação para entrevistas de emprego exige mais do que currículo, aponta especialista

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Em meio a um cenário desafiador, em que 6,5 milhões de brasileiros ainda estão desempregados, segundo os dados mais recentes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a preparação para entrevistas de emprego se apresenta como um diferencial determinante para quem deseja conquistar uma vaga.

A especialista de Carreiras e Empregabilidade, Paula Serafini, que também é professora do curso de Recursos Humanos da Universidade Potiguar (UnP), defende que esse processo vai além de dicas pontuais: exige autoconhecimento e planejamento.

“Ainda vivemos um cenário desafiador no Brasil, com milhões de pessoas buscando recolocação. Por isso, sempre reforço que preparação para entrevistas não é um improviso, mas sim um processo estratégico que começa no autoconhecimento. É essencial que o candidato compreenda suas competências, valores e motivações para ocupar aquela vaga”, frisa a especialista.

Em sua trajetória profissional, Paula tem atuado com oficinas práticas e mentorias voltadas ao mercado de trabalho, ajudando candidatos a estruturarem suas apresentações pessoais de forma mais autêntica e eficaz. Para ela, existem quatro pilares essenciais que norteiam a preparação do candidato:

  • Autoconhecimento: compreender seu propósito, suas competências e seus diferenciais.
  • Pesquisa e alinhamento: estudar a vaga e a cultura da empresa, demonstrando respeito e real interesse em integrar aquele time.
  • Storytelling estruturado: transformar experiências em resultados concretos e relevantes para a função desejada.
  • Treino: realizar simulações de entrevista para ganhar confiança, inclusive utilizando recursos da Inteligência Artificial.
Especialista de Carreiras e Empregabilidade, Paula Serafini – Foto: Reprodução/Redes sociais

Currículo não é tudo

Outro ponto de atenção é a compreensão de que o currículo, por si só, não garante uma vaga. Embora seja essencial na hora de disputar uma vaga de emprego, o currículo representa apenas o ponto de partida em um processo seletivo. Cada vez mais, empresas avaliam o candidato de forma integral, considerando aspectos como postura durante a entrevista, habilidades de comunicação, compatibilidade com a cultura organizacional e até a maneira como ele se apresenta nas redes sociais.

“Os recrutadores hoje olham para o conjunto de várias etapas do processo seletivo, que seria o seu comportamento na entrevista, a capacidade de comunicação, o alinhamento cultural e até a presença digital. Recentemente, ao analisar alguns currículos, sendo essa a primeira etapa do processo, buscava informações dos candidatos no LinkedIn. E um dado que me chamou atenção foi que nem 10% dos mais de 100 inscritos, possuíam de fato um LinkedIn com suas atuações profissionais”, comenta.

“Muitos candidatos não se preparam, acabam dando respostas genéricas e demonstrando desconhecimento sobre a empresa. Outros não conseguem traduzir suas experiências em resultados concretos ou se perdem em discursos longos e desconexos. Trabalhar essas questões passa por treino e autoconhecimento. Em mentorias e workshops, usamos muito a técnica STAR (Situação, Tarefa, Ação, Resultado) para ajudar os alunos a darem respostas mais objetivas e impactantes”, acrescenta.

No que diz respeito à comunicação, Paula reforça seu papel central na construção da imagem profissional. “Sobre apresentação pessoal e comunicação, acredito que são fatores determinantes. Costumo dizer que a comunicação é uma competência transversal e estratégica. Não é apenas o que você fala, mas como fala, com que clareza, com que empatia. A postura, o tom de voz e até o cuidado com a vestimenta mostram leitura de contexto adequado à cultura da vaga para a empresa em que você está se candidatando e também um certo profissionalismo”, explica a docente da UnP.

Geração Z

Quando o assunto é a Geração Z (pessoas nascidas entre meados da década de 1990 e o início da década de 2010), o olhar da especialista se volta para o potencial transformador dessa nova leva de profissionais. Apesar das críticas frequentes que o grupo recebe por parte do mercado, há quem enxergue neles muito mais que desafios. Segundo Paula Serafini, o cenário é de oportunidades: ela acredita que essa geração tem características únicas, como criatividade, agilidade e forte senso de propósito, que podem contribuir significativamente para mudanças positivas no mundo do trabalho.

Para que esses jovens se destaquem, ela aponta a importância do equilíbrio entre competências técnicas e comportamentais, além do uso estratégico da tecnologia. “Acredito que a Geração Z, com sua capacidade de conexão e criatividade, tem tudo para liderar transformações importantes no mundo do trabalho, desde que invista em se conhecer, aprender e se comunicar com propósito e sustentabilidade”, conclui.

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Fonte: https://agorarn.com.br/ultimas/preparacao-entrevistas-de-emprego-curriculo/