IA pode adicionar US$ 1 trilhão ao PIB da América Latina até 2038, diz Accenture

A inteligência artificial pode adicionar até US$ 1 trilhão no Produto Interno Bruto (PIB) da América Latina até 2038, com o Brasil respondendo por 40% desse valor. No entanto, as organizações das cinco principais economias da região – além da nossa, as da Argentina, do Chile, da Colômbia e do México – precisam adotar uma abordagem centrada nas pessoas para adotar IA generativa em larga escala.

Os dados fazem parte de um levantamento divulgado recentemente pela Accenture, chamado O Poder Transformador da IA Generativa.

“Os países latino-americanos têm potencial de desbloquear um aumento de aproximadamente 18% no PIB em um cenário ‘centrado nas pessoas’, impulsionado por uma taxa de crescimento anual composta [CAGR, na sigla em inglês] média de 3% até 2038. Isso significa US$ 800 bilhões a mais em ganhos, comparado com o cenário ‘agressivo’”, diz em comunicado Daniel Lázaro, líder de dados e IA da Accenture na região.

A consultoria tem três cenários de crescimento da aplicação de IA Generativa: agressivo, cauteloso e centrado nas pessoas. Eles consideram variáveis como ritmo de adoção, probabilidade de transições e qualidade do emprego, foco em inovação e potencial de transformação dos empregos.

Resumidamente, estratégias agressivas proporcionam maiores retornos econômicos de curto prazo em detrimento de menores benefícios de longo prazo. Para a Accenture, o fator humano gera uma “conexão fundamental entre pessoas e tecnologia”.

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Posição da América Latina

O estudo da Accenture mostra que os países da América Latina estão em posição intermediária quando se trata de implementação, investimento e inovação em IA, na comparação com o resto do mundo. O Brasil é o player mais avançado, liderando em prontidão para a IA.

“Em termos de pontos fortes e fracos, a América Latina se beneficia de ambiente operacional sólido, com uma combinação de fatores culturais, econômicos e legislativos que sustentam a confiança pública nesta tecnologia, juntamente com estratégias públicas que oferecem estrutura para o desenvolvimento de empreendimentos de IA”, diz em comunicado Rodolfo Eschenbach, presidente da Accenture para o Brasil e América Latina. “No entanto, a região ainda enfrenta lacunas em suas capacidades de P&D, fornecimento de talentos, infraestrutura e um ecossistema de IA incipiente no setor privado, o que limita sua capacidade de escala.”

A América Latina responde por apenas 3% dos gastos globais do setor privado com IA. No entanto, o Brasil se destaca no 11º lugar no mundo no ranking de investimentos, posição impulsionada pelo setor de serviços financeiros.

Lideranças e percepção

Segundo o estudo da Accenture, 44% dos líderes no Brasil admitem não estarem prontos para as mudanças trazidas pela IA generativa e se preocupam com a escassez de talentos. Além disso, três em cada quatro funcionários brasileiros acreditam que a IA impactará ou transformará seus empregos, exigindo requalificação para permanecer competitivo ou fazer transição de carreira.

O estudo aponta ainda um ganho de produtividade expressivo trazido pela IA generativa na América Latina, com impacto de até 40% nas horas de trabalho, e aumento de produtividade entre 11% e 17% em todos os setores. A IA permitiria principalmente automação de tarefasa repetitivas e alocação de mão de obra em atividades de maior valor agregado.

Isso também aumentaria a satisfação no trabalho e impulsiona o crescimento econômico de longo prazo, alega a Accenture.

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Fonte: https://itforum.com.br/noticias/ia-pode-adicionar-us-1-tri-ao-pib-latam/