governo busca frear alta de preços em Belém

A menos de cinco meses da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), que acontecerá em Belém entre os dias 10 e 21 de novembro, o valor das acomodações na capital paraense se tornou uma das principais preocupações da organização.

Diárias cotadas em valores até cinco vezes acima da média histórica geraram críticas e acenderam um alerta dentro do governo, que agora busca soluções negociadas junto à iniciativa privada.

“Temos que debater com o setor privado como vamos trazer um teto para resolver esse tema do custo da acomodação”

Ana Toni, CEO da COP30, em entrevista à GloboNews.

Segundo ela, o preço das hospedagens foi um dos principais pontos levantados desde o anúncio de Belém como cidade-sede do evento. “Recebemos questionamentos sobre transporte, saúde, segurança e, claro, acomodação. E o tema do custo das diárias permanece como uma grande preocupação”, reforçou.

Casos de cancelamentos de reservas já pagas, com a justificativa de que os quartos seriam revendidos a valores mais altos, se multiplicaram nas últimas semanas. A situação levou o governo federal a acionar a Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon), que notificou os principais hotéis da cidade pedindo dados sobre a evolução dos preços desde 2019. O objetivo é comparar os valores atuais com os praticados em outros eventos de grande porte, como o Círio de Nazaré.

Diante do impasse, o governo federal, a prefeitura de Belém e o governo estadual têm atuado de forma conjunta para encontrar alternativas. “Já houve reuniões entre os três níveis de governo para discutir esse tema com o setor hoteleiro e donos de imóveis. Não queremos confronto, queremos diálogo. É preciso encontrar uma solução que seja justa para todos e garanta o sucesso da COP30”, destacou Ana Toni.

Apesar das dificuldades, a CEO da COP30 reforça que o foco é construir um ambiente acolhedor e acessível. “Belém tem uma oportunidade única de se mostrar ao mundo. A COP30 não é só um evento diplomático – ela é uma chance de colocar temas como floresta, natureza, mercado de carbono e financiamento climático no centro do debate. Para isso, precisamos garantir que todos possam participar, com preços justos e condições adequadas”.