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Nesta quinta-feira (19), um indígena guarani kaiowá foi morto a tiros durante uma ação policial na Fazenda Barra, na terra Nhanderu Marangatu, em Antônio João, Mato Grosso do Sul. O local é palco de disputa entre indígenas e fazendeiros. A proprietária da fazenda, Roseli Ruiz, foi indicada para participar de uma audiência de conciliação no STF, marcada para o dia 23, para discutir a constitucionalidade do marco temporal na demarcação de terras indígenas, segundo Lauro Jardim, do Globo.
Roseli foi indicada como “especialista” na condição de antropóloga, após sugestão dos partidos PL e Republicanos, que são autores de uma das ações relacionadas ao marco temporal. Conhecida por seu posicionamento contrário à demarcação de terras indígenas, a fazendeira passou a utilizar seu diploma na área para elaborar laudos contrários a essas demarcações, como revelou uma reportagem da Folha de S. Paulo em 2013.
O histórico de conflitos da fazenda com os Guarani e Kaiowá é antigo. A Terra Indígena Nhanderu Marangatu foi homologada em 2005, mas a decisão foi suspensa por uma liminar do STF a pedido dos fazendeiros, incluindo Roseli. Apesar das tentativas dos indígenas de retomar a área, a Justiça Federal autorizou a Polícia Militar a proteger a propriedade da fazendeira.