Ministério da Justiça desmente fake news de Tarcísio sobre indicação de voto em Boulos pelo PCC

Secretário nacional de segurança pública, Mário Luiz Sarrubbo

O secretário nacional de segurança pública, Mário Luiz Sarrubbo, afirmou, neste domingo (27), que o serviço de inteligência do governo não detectou qualquer orientação eleitoral ou ordem, por parte de facções criminosas, em nenhuma parte do país neste segundo turno das eleições municipais, portanto desmentindo as declarações do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), de hoje cedo. 

“O Sistema de Inteligência do Ministério da Justiça não detectou qualquer orientação de qualquer facção contrária ou a favor de qualquer candidato neste segundo turno”, disse Sarrubbo.

Tarcísio afirmou neste domingo que a polícia paulista interceptou mensagens de integrantes do PCC que orientavam o voto ao candidato à Prefeitura de São Paulo Guilherme Boulos (PSOL). 

O governador disse, ainda, que trocou informações do caso com o Tribunal Superior Eleitoral de São Paulo (TRE-SP).

“Teve o salve. Houve interceptação de conversas e de orientações que eram emanadas de presídios por parte de uma facção criminosa orientando determinadas pessoas, em determinadas áreas, a votar em determinados candidatos. Houve essa ação de inteligência, houve essa interceptação.” disse o governador. Questionado sobre qual candidato, ele respondeu: “Boulos”.

O TRE-SP, por sua vez, negou que tenha recebido qualquer relatório sobre o tema e tampouco recebeu nenhuma informação.

 “O Tribunal soube do caso pela imprensa. Após a divulgação do caso, o candidato a prefeito de São Paulo Guilherme Boulos entrou com uma Ação de Investigação Judicial Eleitoral (Aije) na 1ª Zona Eleitoral por abuso de poder político e abuso no uso dos meios de comunicação”, declarou o órgão.

Após a repercussão da declaração do governador, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP) informou, em nota, que o Sistema de Inteligência da Polícia Militar (PM) interceptou a circulação de mensagens atribuídas a uma facção criminosa determinando a escolha de candidatos a prefeitura nos municípios de Sumaré, Santos e na capital paulista. “A Polícia Civil investiga a origem das mensagens”, disse a SSP-SP, mas também não apresentou provas.

TARCÍSIO COMETEU CRIME

O ministro Paulo Pimenta, da Secretaria de Comunicação Social da Presidência, afirmou em uma publicação na rede social X que Tarcísio “cometeu um crime”.

“A declaração do Governador Tarcísio é uma vergonha.  Mostra o desprezo aos  princípios republicanos que ele deveria respeitar. Esse comportamento não pode ser ignorado pelas autoridades. Tarcísio de forma covarde cometeu um crime e deve ser responsabilizado por isso. Guilherme Boulos é vítima do preconceito, da injustiça e do abuso de poder”, escreveu.

Boulos negou a acusação e ingressou com uma ação de investigação na Justiça Eleitoral contra Tarcísio por abuso de poder político e abuso de comunicação. “Tarcísio é cabo eleitoral de Nunes, faz tal declaração ao lado do prefeito em claro gesto de campanha. Usa a máquina pública de maneira vergonhosa e irresponsável. Isso fere todos os preceitos democráticos. O governador Tarcísio responderá na Justiça por sua atitude criminosa”.

Fonte: https://horadopovo.com.br/ministerio-da-justica-desmente-fake-news-de-tarcisio-sobre-indicacao-de-voto-em-boulos-pelo-pcc/