João Campos, prefeito de Recife, deve presidir PSB ano que vem de olho nas eleições de 2026 para governador  

João Campos, atual prefeito de Recife pelo PSB, parece estar seguindo os passos de sua família ao se preparar para assumir, a partir do próximo ano, a presidência nacional do Partido Socialista Brasileiro (PSB). Esse cargo já foi ocupado por seu pai, Eduardo Campos, e por seu avô, Miguel Arraes, figuras históricas no partido.

A indicação de João Campos conta com o apoio do atual presidente do PSB, Carlos Siqueira, que lidera o partido desde 2014, após a morte de Eduardo Campos em um acidente aéreo durante a campanha presidencial daquele ano. Siqueira, que foi coordenador de campanha e amigo pessoal de Eduardo, já havia sinalizado no 15° Congresso Nacional do PSB, em abril de 2022, que não pretendia continuar no comando após o término de seu mandato, que se encerra neste ano.

A possível ascensão de João Campos à presidência do PSB consolida a tradição de sua família no partido e reforça seu protagonismo na política nacional, especialmente após sua bem-sucedida gestão como prefeito de Recife.

João Campos ganhou sua confiança e é unanimidade no partido pela projeção que alcançou nos últimos anos e foi chancelada nas eleições municipais deste ano, quando foi reeleito com 78% dos votos ainda no primeiro turno. Aos 31 anos, o prefeito tem habilidade nas redes sociais e é visto como uma liderança jovem que pode provocar uma renovação política e trazer novos quadros.

Alinhado a isso, ele já tem se envolvido em decisões da sigla, desde 2019, entre jantares e reuniões. Nas eleições municipais, foi um dos entusiastas da candidatura de sua namorada, a deputada federal Tabata Amaral, em São Paulo. Já em 2022, participou da costura que culminou na filiação do vice-presidente Geraldo Alckmin. Recentemente, ele comandou o anúncio de apoio ao candidato à Presidência da Câmara Hugo Motta (PP).

Pesquisas internas estariam o colocando em projeção semelhante a de lideranças como o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), e o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL).

A existência de uma candidatura única é o formato de praxe do PSB, que normalmente funciona em consenso. A última disputa interna ocorreu justamente em 2014, quando Siqueira conquistou seu mandato.

Com o vácuo de poder deixado por Eduardo, os dirigentes estavam em pé de guerra tendo em vista o apoio no segundo turno. Na ocasião, o partido declarou endosso à candidatura do deputado federal Aécio Neves (PSDB), mas a ala de Roberto Amaral, que presidiu o partido interinamente, defendia estar no palanque da ex-presidente Dilma Rousseff (PT).

A eleição ocorrerá no próximo congresso, previsto para maio de 2025. Caso a indicação de João seja aprovada, seu eventual mandato será focado no fortalecimento das bancadas federais do PSB, na Câmara dos Deputados e no Senado.

De olho em 2026

O voo solo de João Campos em seu partido está em acordo com seu projeto de 2026, para o governo de Pernambuco. Desde o ano passado, o prefeito tem se alçado à disputa que deve o opor à governadora Raquel Lyra (PSDB), que disputará a reeleição.

Nos bastidores, os dois já travam um clima de animosidade e teriam se reunido enquanto prefeito e governadora, sozinhos, em apenas uma ocasião.

Campos tem dificultado a relação de Lyra com a Assembleia Legislativa. Quando Raquel Lyra foi eleita, ele já havia feito um acordo com o presidente da Casa, Álvaro Porto (PSDB), por cargos na Mesa Diretora.

Em contrapartida, Lyra tem atrapalhado o prefeito em sua relação local com o PT, que tem mágoas em relação a Campos. O partido queria a vaga de vice na chapa à reeleição e terminou preterido por Victor Marques (PCdoB), ex-assessor do prefeito.

Com informações de O Globo.

Fonte: https://agendadopoder.com.br/joao-campos-prefeito-de-recife-deve-presidir-psb-ano-que-vem-de-olho-nas-eleicoes-de-2026-para-governador/