Coxinha, pastel e suco: A simplicidade do ‘completão’ que sustenta em Belém

Belém Em diferentes partes de Belém, há pessoas que tiram o sustento com a venda de lanches ou outras iguarias em bicicletas e carrinhos, uma forma de garantir a subsistência e honrar os compromissos mensais, como o pagamento de contas e outras despesas essenciais. Conhecidos pela praticidade, os lanches chamados “completos” são vendidos com um salgado, geralmente coxinha ou pastel, e um suco de fruta, de acordo com a preferência do cliente.

Os preços dos completos variam conforme a localização dos pontos de venda, assim como o tamanho dos salgados. O DIÁRIO conversou com alguns vendedores de rua de Belém para conhecer um pouco mais sobre a rotina de quem trabalha com a venda desses lanches.

Lucivaldo Melo, 52 anos, trabalha com a venda de lanches utilizando a bicicleta há mais de duas décadas. Sua área de atuação é no bairro de São Brás, em locais como a avenida José Malcher e a Praça do Operário. Com uma rotina regrada, que começa às 8h e termina por volta das 18h30, é com a venda do completo, que custa 8 reais, que Lucivaldo garante sua renda mensal.

Lucivaldo Melo, 52 anos, trabalha com a venda de lanches utilizando a bicicleta há mais de duas décadas
Lucivaldo Melo, 52 anos, trabalha com a venda de lanches utilizando a bicicleta há mais de duas décadasFoto: Wagner Almeida / Diário do Pará.

“Dependendo do movimento e do horário, eu saio de um local e vou para outro. Geralmente, por volta das 9h da manhã, é o horário de maior venda, porque as pessoas compram como forma de café da manhã. Os salgados são adquiridos em pastelarias e panificadoras, e há sempre muita procura, pois ofereço variedade de salgados e sucos, o que é bom para nós que trabalhamos com o público”, explica o autônomo ao DIÁRIO sobre seu dia a dia como vendedor de bike food.

Com 20 anos de experiência na venda de lanches, Ivanildo Lobato, também com 52 anos, atende os clientes com a maior disponibilidade em diferentes pontos da região de São Brás e do Terminal Rodoviário de Belém. Com o preço de 6 reais o completo, Ivanildo estava, no momento da reportagem, trabalhando na esquina da avenida Almirante Barroso com a travessa Jutaí (FEB).

“Já estou há bastante tempo com a venda dos lanches, mas não fico apenas no mesmo ponto. Com a bicicleta, fica mais fácil me locomover de um local para o outro e conseguir vender tudo. Tem sido assim há 20 anos. Começo o dia por volta das 10h e só termino pelas 18h. É um trabalho digno, do qual consigo tirar o dinheiro para meus compromissos e meu sustento”, comenta o trabalhador sobre a flexibilidade que a venda de lanches em diferentes locais proporciona.

No bairro da Campina, na área do Comércio, é possível ver muitas pessoas circulando pelas ruas em busca de compras e também de refeições rápidas, como lanches. É esse público que favorece as vendas de Jade Oliveira, 20 anos, mais conhecida como Jade do Completo. Ela trabalha com a venda de salgado e suco por 3 reais, preço anunciado em uma placa que chama a atenção de quem passa pelo carrinho de lanches, localizado na rua 28 de setembro, esquina com a travessa 1º de Março.

Jade Oliveira, 20 anos, mais conhecida como Jade do Completo. Jade Oliveira, 20 anos, mais conhecida como Jade do Completo.
Jade Oliveira, 20 anos, mais conhecida como Jade do Completo. Foto: Wagner Almeida / Diário do Pará.

Jade trabalha há cerca de oito meses no mesmo local e explica que a maior demanda ocorre pela manhã. A irreverência no atendimento é uma das marcas registradas de Jade, que usa um leque para se aliviar do calor no local. Um detalhe curioso ajudou a aumentar suas vendas: “Recentemente, gravaram um vídeo meu aqui e colocaram nas redes sociais. O vídeo viralizou. Desde então, muita gente vem, já me conhece das redes e compra”, conta Jade, que possui quase 35 mil seguidores no Instagram, onde compartilha um pouco da sua rotina no Comércio.

Além dos lanches, as bicicletas também oferecem uma oportunidade para a venda de outros alimentos. Matheus Nunes, 21 anos, trabalha com a comercialização de mingau de milho e tapioca em frente a um hospital particular na travessa Curuzu, entre as avenidas Almirante Barroso e João Paulo II, no bairro do Marco. Sua jornada começa após o almoço, às 14h, e vai até as 22h.

Matheus Nunes, 21 anos, trabalha com a comercialização de mingau de milho e tapioca Matheus Nunes, 21 anos, trabalha com a comercialização de mingau de milho e tapioca
Matheus Nunes, 21 anos, trabalha com a comercialização de mingau de milho e tapioca Foto: Wagner Almeida / Diário do Pará.

Com o preço de 6 reais o copo de mingau, a procura é grande, especialmente entre 16h e 17h.

“Quem faz o mingau é meu patrão, e eu trago na bicicleta para vender. Comecei aqui na semana passada. Desde então, meu dia a dia tem sido assim. É um trabalho do qual pretendo tirar minha renda”, afirma Matheus ao DIÁRIO sobre as expectativas com esse novo trabalho.

Fonte: https://diariodopara.com.br/belem/coxinha-pastel-e-suco-a-simplicidade-do-completao-que-sustenta-em-belem/