“Parque de Diversões“ quer desmistificar sexo e quebrar tabu, diz diretor

Após exibições em festivais internacionais de cinema e na própria Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, chega aos cinemas brasileiros o filme “Parque de Diversões“, uma produção autofinanciada dirigida por Ricardo Alves Jr. (“Elon Não Acredita na Morte”).

Com cenas de sexo explícito, a produção acompanha um grupo de desconhecidos que vaga por Belo Horizonte em busca de encontros, até que invadem um parque municipal, transformando-o em um cenário de desejo e exploração.

Segundo o diretor, a proposta do filme é justamente discutir e explorar o erotismo e o sexo sob diversas perspectivas. “Sempre tive o desejo de fazer um filme em que o sexo fosse o tema central — tanto na história quanto na poética — e esse projeto seguiu por esse caminho”, afirmou ele à CNN.

Ele continua: “O filme se inspira na história do Parque Municipal de Belo Horizonte, construído no final do século XVIII e início do XIX, que, nas décadas de 1940 e 1950, se tornou um ponto de encontro para a comunidade gay. Na década de 1970, o parque foi cercado para evitar esses encontros e afastar moradores de rua, criando uma falsa sensação de segurança. A trama do filme resgata essa história do lugar“.

Para a realização do projeto, o diretor não contou com leis de incentivo e financiou tudo com seus próprios recursos. “O filme foi rodado em uma semana, com uma equipe colaborativa composta por parceiros de outros projetos. Embora tenha sido feito com um orçamento de aproximadamente R$ 80.000, sua produção apresenta uma ousadia que faz parecer muito mais”, explicou.

Mesmo sendo financiada do próprio bolso, a produção já percorreu diversos festivais internacionais. Além da Mostra Internacional de São Paulo 2024, “Parque de Diversões” passou pelo Porn Film Festival Berlin, pelo Festival de Marseille e será exibido na Áustria, onde já tem pré-venda, o que possibilita ao diretor começar a recuperar parte dos recursos investidos.

Com o lançamento em cinemas de todo o Brasil, Alves Jr. espera oferecer uma experiência imersiva ao público e ajudar na desmistificação do sexo como um tabu. “O filme desperta interesse justamente por sua abordagem aberta, sem seguir a construção tradicional de personagens psicológicos. Ele é, na verdade, uma experiência em si”, conta.

“Ele questiona os limites da imagem: até onde ela pode ir? Foi longe demais ou ainda foi pouco? Esse tipo de reação alimenta debates, o que, no fim, é um dos maiores méritos do filme“, finaliza.

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