Um recente estudo publicado pelo periódico científico Nature Madicine faz uma interessante ligação entre o Bolsa Família e a diminuição do número de óbitos por tuberculose no Brasil. A pesquisa afirma que a redistribuição de renda alcançada pelo programa tem impacto nessa área específica da saúde pública. Hoje em dia, a tuberculose é uma enfermidade que acomete principalmente as pessoas mais pobres, por isso foi escolhida como objeto da investigação.
Cientistas brasileiros e estrangeiros se uniram para realizar o levantamento. O estudo é coordenado pelo Instituto de Saúde Coletiva (ISC/Ufba), pelo Centro de Integração de Dados e Conhecimento para Saúde (Cidacs/Fiocruz Bahia) e pelo Instituto de Saúde Global de Barcelona (ISGlobal).
De acordo com a Fiocruz, os pesquisadores analisaram dados, incluindo condições étnicas e socioeconômicas, de 54,5 milhões de brasileiros de baixa renda entre 2004 e 2015. Eles compararam a incidência de tuberculose, mortalidade e taxa de letalidade entre pessoas que receberam apoio do Bolsa Família (23,9 milhões) ou não (30,6 milhões). No total, houve 159.777 novos diagnósticos da doença e 7.993 mortes em decorrência dela no grupo analisado.
A pesquisa mostra uma grande redução nos casos e mortes por tuberculose entre os beneficiários do Bolsa Família. A queda foi de mais de 50% em pessoas extremamente pobres e mais de 60% entre as populações indígenas.
“Sabemos que o programa melhora o acesso à alimentação, tanto em quantidade quanto em qualidade, o que reduz a insegurança alimentar e a desnutrição — um importante fator de risco para a tuberculose — e fortalece as defesas imunológicas das pessoas. Como resultado, também reduz as barreiras ao acesso à assistência médica”, diz Gabriela Jesus, coautora do estudo.
Fonte: Revista Galileu
Fonte: https://ajn1.com.br/urbano/estudo-aponta-que-o-bolsa-familia-prejudica-as-mortes-por-tuberculose/