A ausência de abrigos nas paradas de ônibus em São Gonçalo do Amarante foi debatida na Câmara Municipal desta terça-feira 25. Os vereadores relataram a insatisfação de moradores que enfrentam diariamente sol forte e chuvas sem qualquer proteção enquanto aguardam o transporte público. A vereadora Elaine Dantas (Republicanos) criticou diretamente a situação e afirmou que “muitas paradas não têm o abrigo, nem a sinalização que é parada. Se você não mora naquele bairro e está dependendo de um transporte público, fica perguntando a um e ao outro onde é a parada, porque nem a sinalização não tem”.
A vereadora destacou o impacto da situação em idosos e pessoas com algum tipo de deficiência, que aguardam ônibus sem qualquer estrutura mínima de conforto e segurança. “Canso de passar ali perto do posto 30 de setembro e ver idosos na parada sem nenhum abrigo”, afirmou Elaine. Ela disse que o problema se estende a diferentes bairros e zonas rurais, onde paradas sequer contam com sinalização básica.
O vereador Sargento Jerson (Podemos) reforçou a cobrança e solicitou ações imediatas do Executivo para solucionar a falta de abrigos. Ele frisou que a ausência de infraestrutura em pontos de ônibus é um problema antigo que coloca em risco a população, especialmente em áreas mais afastadas. “Tem pessoas que vêm com crianças pequenas, sem proteção contra o sol ou a chuva. Em muitos locais, os moradores precisam se abrigar em casas próximas ou em comércios enquanto aguardam o transporte público”.
O problema das paradas de ônibus se soma à precariedade do próprio sistema de transporte público em São Gonçalo do Amarante. Moradores de bairros como Golandim, Jardim Lola e comunidades da zona rural relataram dificuldades para acessar linhas regulares de ônibus. A vereadora Rayure Protásio (PC do B) destacou que “a população do Olho d’Água do Chapéu está há meses sem transporte público. O ônibus fazia o trajeto duas vezes por semana, mas a linha foi retirada sem explicações, deixando moradores sem acesso ao centro do município.”
Outro ponto levantado foi a ausência de gratuidade no transporte público para idosos e pessoas com deficiência. A vereadora Márcia Soares lembrou que “São Gonçalo já teve gratuidade para esses grupos, mas há seis anos isso foi retirado e hoje eles pagam meia passagem. É inaceitável que um município do porte de São Gonçalo não ofereça transporte gratuito para idosos e deficientes, enquanto todos os municípios da Grande Natal garantem esse direito”.
A precariedade nas paradas também foi ligada à questão da segurança. Moradores relataram que a falta de abrigos em pontos de ônibus aumenta o risco de assaltos, já que muitos precisam se deslocar até áreas mais isoladas para esperar o transporte. “Não é só a questão do sol ou da chuva. É também o risco de assaltos. Quem pega ônibus cedo ou à noite fica completamente vulnerável”, afirmou a vereadora Delma Silva (União).
Os vereadores solicitaram uma audiência com o prefeito Jaime Calado (PSD) e representantes da empresa de transporte Cooptagran para discutir soluções imediatas. Eles também pediram à Secretaria de Infraestrutura e ao Departamento Municipal de Trânsito (Demutran) que apresentem um plano para construção e sinalização de abrigos em todas as paradas da cidade. O diretor do Demutran, Edmilson Gomes, se comprometeu a realizar um levantamento das paradas sem cobertura e sinalização, mas não estipulou prazos para a execução das obras.
Fonte: https://agorarn.com.br/ultimas/paradas-de-onibus-sem-abrigos-em-sao-goncalo-geram-revolta-e-cobrancas-na-camara/