Efeito Lula: Brasil completa transição de renda e volta a ser país de classe média, diz levantamento

Fábio Rogério – Arquivo/JCS –

De acordo com a pesquisa, 50,1% dos domicílios brasileiros já atingiram ou superaram a classe C

Um levantamento realizado pela Tendências Consultoria e reproduzido pelo jornal O Globo indica que pelo menos 50,1% dos domicílios brasileiros já atingiram ou superaram a classe C, com renda domiciliar total estimada em mais de R$ 3,4 mil.

“O Brasil voltou a ser um país de classe média”, diz a pesquisa, que considera 2024 o ano da transição entre as faixas de renda que definiu a ascensão para uma média de renda domiciliar mais elevada.

Os dados indicam a primeira retomada dos níveis de renda média entre os brasileiros desde 2015, ano em que mais de metade da população (51%) atingiu o marco. Desde então, o número não havia chegado a 50%.

Em 2023, um ano antes da “transição”, o número de domicílios brasileiros alocados na classe C ou em classes superiores (A e B) girava em torno de 49,6%.

A melhora na condição social avistada no ano passado foi atribuída aos maiores níveis de emprego, com a recuperação do cenário pós-pandêmico, e à valorização real do salário mínimo, ocorrida entre 2023 e 2024, após sofrer seu primeiro reajuste conforme a inflação.

O IBGE define as famílias de classe média, no Brasil, como aquelas com renda domiciliar per capita entre R$ 1.926 e R$ 8.303 por mês.

Espera-se que o desempenho positivo no fator da renda continue para o ano de 2025, com a redução dos níveis de pobreza e uma mobilidade social constante, embora lenta, “das famílias para classes de renda superiores”, diz Camila Saito, economista da Tendências ouvida pelo Globo.

Quase 90% da população brasileira tem renda de até R$ 3.400, de acordo com dados do IBGE; e, em 2024, o governo federal anunciou a medida que garante isenção do pagamento de Imposto de Renda para pessoas com renda de até R$ 5 mil.

A iniciativa deve aumentar o poder de consumo da classe média, contribuindo com a valorização do salário mínimo e facilitando a transição de renda no momento em que a criação de empregos formais atingiu um marco na série histórica iniciada em 2012 —  com a menor taxa de desocupação avistada desde então, e cerca de 103,6 milhões de registros trabalhistas.

De acordo com Marcelo Neri, diretor da FGV Social, em entrevista a O Globo, três componentes principais contribuem com a ascensão da “nova classe média” brasileira: o crescimento do PIB, o aumento da renda (com a geração de empregos) e a diminuição da desigualdade (marcada pela redução nas disparidades entre as rendas domiciliares per capita para diferentes níveis sociais).

Fonte: https://revistaforum.com.br/economia/2025/3/19/efeito-lula-brasil-completa-transio-de-renda-volta-ser-pais-de-classe-media-diz-levantamento-175956.html