Presos por atos de 8 de Janeiro rompem tornozeleiras e são considerados foragidos

Quatro investigados pelos atos golpistas de 8 de Janeiro foram declarados foragidos na Paraíba após romperem as tornozeleiras eletrônicas que usavam por ordem judicial, informa o colunista Paulo Cappelli, do portal Metrópoles. Entre eles estão a advogada Edith Christina Medeiros Freire (foto), de 57 anos, e o blogueiro Marinaldo Adriano Lima da Silva, de 23, ambos soltos por decisão do ministro Alexandre de Moraes em 2023 mediante medidas cautelares, como monitoramento eletrônico e restrição ao uso das redes sociais.

Segundo a Vara de Execução Penal da Paraíba, Edith está “evadida desde 30/08/2024”, conforme ofício enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF) na última quinta-feira (10). A advogada foi presa no próprio dia 8 de janeiro, em Brasília, e solta em maio daquele ano. Em novembro, voltou a ser alvo da Operação Lesa Pátria, quando a Polícia Federal cumpriu mandado de busca em sua casa, no bairro de Cabo Branco, em João Pessoa.

Antes de sair das redes sociais, Edith defendia o armamento da população, fazia críticas ao STF e publicava conteúdos antivacina. Em 30 de dezembro de 2022, escreveu: “Deixe que os fortes continuarão na luta, pela liberdade de todos”.

Outro foragido é Marinaldo Lima, que tentou se lançar vereador em João Pessoa pelo partido Democracia Cristã. Ele também foi preso no dia 8/1 e teve a prisão convertida em preventiva no dia 20 daquele mês. Após anunciar candidatura, abriu uma empresa para administrar seu blog político e também defendeu intervenção militar. Em agosto de 2024, desistiu de concorrer. “Minha campanha foi fragilizada, não tenho como continuar com minha candidatura; minha candidatura não tem ligação com o acontecido em 8 de janeiro, nem faz alusão aos atos antidemocráticos. Quem me conhece sabe que eu não sou de direita e nunca vou ser. Nunca fui bolsonarista e nunca serei”, declarou.

Completam a lista de foragidos os empresários James Miranda Lemos, de 56 anos, dono de uma academia e loja de varejo, e Giuseppe Albuquerque Santos, de 58, sócio de uma recicladora. Ambos foram denunciados pela Procuradoria-Geral da República, com denúncias aceitas pelo STF em 2023. Giuseppe compareceu pela última vez à Justiça em setembro de 2024.

Os quatro respondem por crimes como tentativa de golpe de Estado, associação criminosa armada, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado.

Fonte: https://agendadopoder.com.br/presos-por-atos-de-8-de-janeiro-rompem-tornozeleiras-e-sao-considerados-foragidos/