Professores municipais de São Paulo mantêm greve e exigem reajuste de 12,9%

(Sinpeem)

Em resposta à proposta de Ricardo Nunes, servidores municipais em greve por tempo indeterminado disseram mais uma vez não ao prefeito. Durante ato/assembleia realizado nesta terça-feira (22), em frente à Prefeitura, na região central da capital paulista, os servidores reiteram o repúdio à vergonhosa proposta de reajuste de Nunes, enviada à Câmara de Vereadores no último dia 6.

O Projeto de Lei nº 416/2025, de autoria do Executivo municipal, previsto para ser votado em primeiro turno nesta quarta-feira (23), propõe reajuste geral anual em duas parcelas, sendo a primeira de 2,60%, a partir de 1º de maio de 2025, e a segunda de 2,55%, a partir de 1º de maio de 2026 (ambas para servidores ativos e aposentados com paridade). Prevê também um percentual de 6,27% a ser aplicado exclusivamente sobre os pisos salariais da carreira do magistério (sem previsão de incorporação nas demais referências salariais).

Além de não abrir diálogo com a categoria (o PL foi enviado sem discussão com as entidades representativas do funcionalismo), os índices de reajuste não repõem a inflação acumulada nos últimos anos. A falta de incorporação já atinge 44% da tabela de remuneração. Os servidores exigem reajuste salarial linear de 12,90%.

Outra medida autoritária do prefeito foi o ingresso na Justiça para impor barreiras à greve, pleito acatado pelo Tribunal de Justiça de SP (TJSP). Na quarta (16), primeiro dia da paralisação, o TJSP determinou que a categoria mantenha 70% dos profissionais em atividade. Trata-se de uma medida extrema – e inédita – que não se aplicava desde o fim da ditadura militar.

“Não vamos nos intimidar. A decisão de greve foi coletiva e refletiva em função das medidas que vêm sendo adotadas pelo governo, que destroem direitos e carreiras, depois de um longo processo de tentativa de negociação, tendo em vista que a pauta de reivindicações da Coeduc (Sinpeem, Sedin e Sinesp) foi protocolada em fevereiro junto às Secretarias Municipais de Gestão e de Educação, sem retorno”, afirmou Cláudio Fonseca, presidente do Sinpeem (Sindicato dos Profissionais em Educação no Ensino Municipal de São Paulo). A Coeduc reúne os sindicatos específicos da educação.

“Não aceitamos nenhum direito a menos. Defendemos uma educação pública laica, estatal e de qualidade social para todos(as), da creche à universidade”, ressaltou o sindicalista.

“É um governo que falta com a verdade o tempo todo. Nós aprovamos a greve 1h da tarde, 1h30, eles (governo) entraram com pedido de judicialização 9h40 da manhã. Falam que respeitam o direito de greve e antes da gente deflagrar a greve, entram com judicialização”, denuncia Claudete Alves, presidente em exercício do Sedin (Sindicato dos Educadores da Infância Paulistana).

“Vamos seguir em greve. Dia 23 (amanhã), tem audiência (de reconciliação), nós vamos participar e vamos colocar que o que ele (Nunes) alega é inverdade. Ele alega que nós não informamos a decisão ao governo. É mentira! Nós apresentamos o calendário (de atividades.) Ele alega que estava negociando conosco. É mentira. O único dia que fomos recebidos eles alegaram que estavam estudando as reivindicações. Tanto é que nos chamaram no dia 15 agora para uma reunião, para uma devolutiva da Campanha Salarial na Secretaria da Educação. E aí, dois dias antes, eles mandam o projeto para a Câmara com essa provocação”, completa Claudete.

Uma nova manifestação, acompanhada de uma assembleia, está marcada para esta quarta-feira (23), às 13h, em frente à Câmara Municipal, no viaduto Jacareí, no centro de São Paulo. O ato tem como objetivo pressionar os vereadores a rejeitarem o PL 416/2025 e atenderem às reivindicações dos trabalhadores.

Fonte: https://horadopovo.com.br/professores-municipais-de-sao-paulo-mantem-greve-e-exigem-reajuste-de-129/