Claudio Fonseca, presidente do Sinpeem, durante manifestação nesta quarta-feira (24). (Sinpeem)
Com os servidores municipais em greve desde o dia 16, a base de apoio ao prefeito Ricardo Nunes (MDB) aprovou na noite desta quarta-feira (23), em primeira votação, o Projeto de Lei nº 416/2025. A proposta trata do reajuste do funcionalismo paulistano e é rejeitado pelos trabalhadores porque prevê reajuste de ínfimos 2,60%, a partir de 1º de maio de 2025, e segunda parcela de 2,55%, a partir de 1º de maio de 2026.

“É um descanso o que fizeram aqui, vários atropelamentos. Eles conseguiam 31 votos, mas olha só: 31 votos é muito pouco voto. Aqui, eles geralmente conseguiam 38 a 40, 42 votos. Isso significa que a base do Ricardo Nunes não está consolidada”. A avaliação é do vereador Toninho Vespoli (PSol), que votou contra a proposta, o que reforça, segundo ele, a importância de manter a mobilização para pressionar os vereadores a apresentarem um substitutivo ao projeto.
Em ato/assembleia desta quarta-feira (23), os profissionais aprovaram a continuidade da greve e a Coeduc, coletivo que reúne os sindicatos específicos da educação (Sedin, Simpeem e Sinesp), convocou uma nova manifestação, seguida de assembleia para o dia 29, quando o PL vai à votação em segundo turno.
“O processo não terminou, depende da segunda votação, que vai acontecer no dia 29. Então, suspendemos manifestações da quinta e da sexta-feira e vamos estar na Câmara Municipal no dia 29, próxima terça-feira, a partir das 9h da manhã, onde vai ocorrer a audiência pública sobre o projeto e poderá ser votado em segunda votação. Mas a greve continua”, ressalta Cláudio Fonseca, presidente do Sinpeem (Sindicato dos Profissionais em Educação no Ensino Municipal de São Paulo). Segundo ele, não houve acordo na audiência de conciliação ocorrida hoje (23) entre a Prefeitura, sindicatos e Judiciário.

Contrário ao PL enviado pelo prefeito à Câmara, o também vereador Celso Gianazzi (PSol), reiterou a importância de manter e fortalecer a greve. “É importantíssimo que os servidores mantenham a mobilização, mantenham a greve, a nossa luta é justa, é constitucional, ninguém vai impedir que o conjunto dos servidores continuem lutando pelos seus direitos. A gente precisa que na segunda votação a Casa (Câmara) esteja cheia, as ruas estejam cheias para que a gente tenha, de fato, a correção das perdas inflacionárias para o conjunto dos servidores públicos municipais”, defende.
Os trabalhadores exigem reajuste salarial linear de 12,90%. Os índices de reposição apresentados por Nunes não repõem a inflação acumulada nos últimos anos. A falta de incorporação já atinge 44% da tabela de remuneração e por isso é exigido um reajuste salarial linear de 12,90%.
Fonte: https://horadopovo.com.br/sob-greve-de-professores-camara-de-sp-aprova-pl-de-nunes-com-reajuste-abaixo-da-inflacao/