Moro responsabiliza PT por esquema na BR Distribuidora que levou à prisão de Collor

Após a ordem de prisão expedida pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), contra o ex-presidente Fernando Collor, o senador Sérgio Moro (União-PR) reagiu relacionando o caso aos governos do PT. “Prisão de Collor pela corrupção na BR Distribuidora durante os Governos do PT. Fatos descobertos na Lava Jato. Quem será que entregou a BR Distribuidora para o Collor?”, publicou Moro em suas redes sociais.

A decisão de Moraes se baseia em provas colhidas durante a Operação Lava-Jato, na qual o próprio Moro atuou como juiz. O ex-presidente foi condenado a oito anos e dez meses de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro em contratos irregulares firmados entre a BR Distribuidora e a UTC Engenharia. Segundo o STF, Collor teria recebido R$ 20 milhões para intermediar, junto à estatal, obras de infraestrutura viabilizadas por influência política.

De acordo com a decisão judicial, o ex-presidente atuou em parceria com os empresários Luis Pereira Duarte de Amorim e Pedro Paulo Bergamaschi de Leoni Ramos, que também tiveram suas penas confirmadas. A Polícia Federal deve cumprir os mandados a partir desta sexta-feira (25).

A defesa de Collor declarou, em nota, que recebeu a decisão com “surpresa e preocupação”. Segundo os advogados, o recurso rejeitado por Moraes — embargos infringentes — era cabível e deveria ter sido analisado pelo plenário da Corte. A defesa também alegou que a pena já estaria prescrita e que recorrerá à instância plenária extraordinária marcada para esta sexta-feira.

Mesmo com as contestações, Collor deve se apresentar voluntariamente à Justiça, conforme informado por sua equipe jurídica. A sessão virtual do STF para referendar ou não a decisão de Moraes terá início às 11h desta sexta-feira e se estenderá até as 23h59.

Na fundamentação de sua decisão, Moraes argumentou que os recursos apresentados tinham “caráter meramente protelatório” e reiterou o entendimento da Corte de que a execução da pena pode ser imediata, mesmo antes da publicação formal do acórdão, quando se identifica manobra jurídica para atrasar o cumprimento da sentença.

Além de Collor, Moraes determinou o início da pena de quatro anos e um mês de reclusão em regime semiaberto para Pedro Paulo Bergamaschi de Leoni Ramos e penas alternativas para Luis Pereira Duarte Amorim. Ambos foram apontados como operadores do esquema que movimentou milhões em contratos fraudulentos durante gestões petistas na BR Distribuidora, atual Vibra Energia.

A nova ofensiva judicial ocorre em meio à crescente tensão entre figuras do bolsonarismo e o Supremo, acentuando o embate político sobre os desdobramentos da Lava-Jato e os efeitos duradouros dos escândalos de corrupção revelados ao longo da última década.

Fonte: https://agendadopoder.com.br/moro-responsabiliza-pt-por-esquema-na-br-distribuidora-que-levou-a-prisao-de-collor/