Janaína Lisboa (correspondente em Brasília)
A recente postagem do deputado Pedro Paulo, que defendeu a retirada dos cargos do PT da administração municipal da capital do Rio e, de certa forma, expôs a crise da gestão de Eduardo Paes com a base de Lula, jogou luz sobre o isolamento que o prefeito vem sofrendo para 2026. Enquanto Rodrigo Bacellar constrói uma aliança que contará com a federação União Progressista, o PL de Jair Bolsonaro, o Republicanos e, possivelmente o MDB, Paes só tem certeza sobre o seu próprio partido, o PSD. O PDT e o PT patinam no relacionamento com o prefeito, não entregam votos necessários da Câmara Municipal, e deixam em aberto a possibilidade para o ano que vem. Tudo isso, em meio à crise de popularidade do presidente Lula.
Pedro Paulo criticou o comportamento da bancada do PT na Câmara, na votação estratégica da Guarda Municipal. Pedro Paulo iniciou citando uma matéria da Agenda do Poder sobre o posicionamento de Paes. Na sua visão, “agora é a hora de tirar as crianças da sala, riscar o chão”, sinalizando que o momento político exige mais maturidade e pragmatismo. Ele enfatizou que, graças à insistência e à relação pessoal direta de Eduardo Paes com o presidente Lula, o prefeito construiu o único apoio sólido ao governo federal nessas regiões do país, mesmo diante da baixa aprovação do governo em âmbito nacional.
Agora, Paes espera reciprocidade para ter palanques no interior. Enquanto Bacellar terá puxadores de votos no interior e na Baixada Fluminense, Paes patina na relação com seus partidos aliados. Nos último dias, o PDT deu mostras de que pode mudar de lado. A indicação de Thiago Pampolha para o Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ) gerou esses sinais antecipados de “infidelidade” partidária. O deputado Vitor Júnior (PDT), natural de Campos dos Goytacazes, surpreendeu ao afirmar que ele e o presidente da Alerj, Rodrigo Bacellar (União Brasil), também natural da cidade, apoiam a candidatura do deputado Thiago Rangel (PMB) para prefeito de Campos numa eleição futura.
Não é demais lembrar que, em Brasília, o PDT da Câmara Federal rompeu com o governo, fazendo com que a possibilidade de caminhar longe de Lula seja grande, depois da demissão do ministro Carlos Lupi, no mês passado.
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