Pela primeira vez, um levantamento traz dados sobre a realidade alarmante das praças públicas da cidade do Rio de Janeiro: Das 138 fiscalizações realizadas durante o mês de Abril desse ano, 83 apresentaram itens que oferecem risco para crianças, como ferros e fiações expostas.
Além disso, apenas sete possuíam fraldário (todas na Zona Sul) e somente 38 tinham todos os brinquedos em bom estado e só três têm brinquedos com acessibilidade. Esses dados fazem parte do Relatório “QUAL CRIANÇA TEM O DIREITO DE BRINCAR? As desigualdades urbanas, sociais e raciais nas praças do Rio de Janeiro”, produzido pela equipe do mandato da vereadora Thais Ferreira e que foi lançado nesta quarta-feira, (28), o Dia Mundial do Brincar.
“Esses dados não falam apenas sobre infraestrutura, mas sobre quem é visto como prioridade pelo poder público. Brincar também é um direito, mas infelizmente nem toda criança tem esse direito garantido. Diante do que constatamos, já passou da hora de ligar o alerta vermelho porque em mais da metade das praças que visitamos, o direito ao brincar virou perigo.”, alerta a parlamentar do Psol/RJ e autora de duas Leis: a que cria o Programa Municipal de Fomento e Difusão do Brincar (8008/2023) e da que Inclui o Dia do Brincar no Calendário Oficial da Cidade (7103/2021).
Para compor o material, foram avaliados aspectos como acessibilidade, estado dos brinquedos e potenciais riscos, buscando revelar onde o direito ao brincar está sendo garantido ou negligenciado. No que diz respeito a iluminação, por exemplo, nota-se que é um fator essencial para a segurança e o uso dos espaços no fim do dia, porém enquanto nas áreas nobres ela é quase padrão, nas periferias reina a escuridão, o que desestimula o uso e aumenta os riscos.
Nesse contexto, o objetivo do Relatório é fazer uma análise comparativa das condições dos equipamentos públicos urbanos nas diferentes regiões da cidade.
“O Rio de Janeiro é marcado por uma forte segregação urbana que reflete profundas desigualdades raciais e sociais. Historicamente, os bairros mais abastados, como os da Zona Sul, concentram uma oferta robusta de infraestrutura como estações de metrô bem equipadas, praças públicas cuidadas, equipamentos de cultura e lazer, além da população majoritariamente branca e de classes mais altas. Já as regiões periféricas, como subúrbio, Zona Norte e extrema Zona Oeste, é notório que essas áreas são as menos assistidas pelo poder público, com menor qualidade e quantidade de serviços urbanos oferecidos a uma população em maioria formada por pessoas negras e de menor renda.”, avalia Thais.
Diante de tudo o que foi constatado nas praças públicas da cidade, o mandato produziu 117 indicações para a Prefeitura do Rio no período de um mês, solicitando reparo/intervenção conforme a situação. O número é o dobro da média mensal do ano (50), e cerca de 10% do total da 1ª legislatura (1000 em 4 anos). Para outras informações, basta acessar o Relatório nas redes sociais da parlamentar.
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