O perfil mais técnico do vereador Pedro Duarte (Novo) aflorou contra dois projetos de lei de colegas da Câmara do Rio na sessão desta quinta-feira (5), ambos que mexiam com a infraestrutura de eventos na cidade do Rio.
O primeiro, de autoria de Márcio Santos (PV), foi rebatido pelo novista por não deixar ‘claro’ na proposta o tamanho dos eventos que deveriam fornecer, gratuitamente, água potável para consumo do público em shows promovidos na cidade.
Outra crítica à matéria foi em relação ao período em que as produtoras de eventos seriam obrigadas a entregar o líquido aos fãs dos artistas. Para Duarte, dias como o de hoje, não podem ser comparados aos demais de verão ou os que têm temperatura alterada devido às ondas de calor.
O parlamentar ainda reclamou da falta de especificação do porte das atividades, visto que, para ele, não dava para distinguir se a norma também irá valer para pequenos e médios eventos caso seja aprovada. Duarte, que preside a Comissão de Assuntos Urbanos na Casa, classificou como ‘irresponsável não apresentar métrica alguma’ sobre o tamanho da atração; se é público, se a entrada é franca ou um espetáculo de grande porte no Engenhão.
“Isso acaba encarecendo ou inviabilizando muitos eventos, em especial, de pequeno porte”, alertou Pedro Duarte.
Na justificativa, Márcio Santos diz que quer criar uma lei municipal para evitar tragédias como ocorrida com Ana Clara Benevides, que morreu por superaquecimento do corpo e desidratação, quando assistia ao show da cantora americana Taylor Swift no estádio Engenhão. Na ocasião, vários fãs reclamaram de falta de água e do preço abusivo da garrafa vendida no local. A morte da jovem já gerou uma Portaria Federal, que venceu validade no ano passado, para entrega de água grátis ao público, como também instalação de ilhas de hidratação para enchimento de garrafas plásticas.
Além da água, Duarte reclamou da redação do projeto de lei de Mônica Benício (PSOL) sobre a instalação de tendas violetas, de acolhimento a vítimas de violência sexual em eventos do Rio, independentes do gênero. Para Duarte, a socialista deixou a desejar com a proposta ao não dizer, por exemplo, se as barracas serão organizadas pelo Poder Público (prefeitura do Rio) ou pela empresa que produz a atração, inclusive em blocos de Carnaval, estes que teriam pouco orçamento para arcar com os custos, segundo o vereador. Ao fim, a pauta de ambos foi adiada.
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