Praia mais famosa do mundo localizada no Brasil pode colapsar e já afeta o turismo

Foto: : Tomaz Silva/Agência Brasil

Estudo da revela que a erosão na praia já consumiu cerca de 10% de sua faixa de areia nos últimos dez anos

A Praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, perdeu cerca de 10% de sua faixa de areia nos últimos dez anos devido à erosão acelerada. Imagens de satélite mostram que, em alguns pontos, a praia encolheu até 55 metros, o que preocupa especialistas. A erosão é causada principalmente pela subida do nível do mar e pelo aumento de ressacas, além das obras urbanas que alteraram o fluxo natural da areia.

A pesquisa conduzida por técnicos da Coppe/UFRJ, junto com a Secretaria Municipal de Meio Ambiente, revelou que em certos pontos da praia, como na Avenida Princesa Isabel, a faixa de areia encolheu de 164 metros para apenas 109 metros. Em locais próximos à Rua Miguel Lemos, a situação é ainda mais crítica, com a areia reduzida de 25 metros para apenas 4 metros — uma diminuição de 85%.

Especialistas apontam que essa erosão, agravada por fatores como a elevação do nível do mar (que subiu 4,5% na última década) e a frequência de eventos climáticos extremos, como ressacas, está se tornando uma ameaça irreversível. A ausência de um sistema costeiro flexível e a urbanização intensa na região dificultam a reposição natural da areia, deixando a praia vulnerável a novas perdas.

No entanto, soluções já têm sido aplicadas com êxito em outras cidades litorâneas. Em Miami Beach, nos Estados Unidos, desde a década de 1970, é realizado um processo de “engorda” da praia, aumentando a faixa de areia em até 60 metros em áreas mais afetadas. Além disso, cidades como Gold Coast, na Austrália, utilizam sistemas de redistribuição de sedimentos, e nas Maldivas, barreiras submersas ajudam a proteger as praias das ondas.
No Brasil, o planejamento para lidar com a erosão costeira é ainda limitado. A última grande intervenção em Copacabana ocorreu há mais de 50 anos, quando a areia foi artificialmente ampliada em 55 metros. Desde então, a erosão só tem se intensificado e, até o momento, não foram adotadas medidas mais eficazes para conter o avanço desse processo.