Após 24 dias de mobilização, professores do DF garantem acordo e encerram greve

Foto: Deva Garcia

A greve dos profissionais da educação pública do Distrito Federal foi encerrada nesta quarta-feira (25), após assembleia geral da categoria decidir aceitar a proposta apresentada pelo Governo do Distrito Federal (GDF). A paralisação, iniciada no dia 2 de junho, durou 24 dias e foi marcada pela intransigência do governo Ibaneis Rocha, que se recusava a negociar.

O acordo foi formalizado com a mediação do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT) e homologado pelo órgão. Entre os pontos centrais da proposta, estão o compromisso de reestruturação da carreira, realização de nomeações e concursos públicos, pagamento dos dias descontados durante a greve e a inclusão de novos direitos para profissionais em regime temporário.

“A greve mostrou, mais uma vez, a coragem e a disposição de luta desta categoria”, afirmou Márcia Gilda, diretora do Sindicato dos Professores do Distrito Federal (Sinpro-DF). Segundo ela, o movimento forçou uma mudança de postura do Executivo: “O GDF judicializou o movimento, ameaçou corte de ponto, recusou-se a negociar. Mas nossa força e nossa determinação fizeram com que ele recuasse da posição do não diálogo”.

Com o encerramento da greve, a categoria permanece em estado de mobilização para acompanhar o cumprimento do acordo e seguir com os debates sobre a reestruturação da carreira. A recomposição das aulas deverá ocorrer até o fim de julho, com o recesso escolar previsto para a primeira semana de agosto.

Principais pontos do acordo:

Reestruturação da carreira: envio de projeto de lei à Câmara Legislativa do DF para dobrar os percentuais de titulação na progressão horizontal (10% para especialistas, 20% para mestres e 30% para doutores), com efeitos financeiros a partir de janeiro de 2026;

Nomeações: pelo menos 3 mil nomeações até dezembro de 2025;

Concurso público: prorrogação do atual concurso (com vencimento em julho de 2025) e realização de novo certame com edital previsto para o primeiro semestre de 2026;

Direitos para temporários: concessão de direito a atestado de acompanhamento de cônjuge ou dependente em consultas médicas e exames;

Pagamento de dias parados: reposição integral dos salários descontados, com lançamento de folha suplementar até o pagamento de julho;

Reposição das aulas: recomposição do calendário escolar com aulas até o final de julho e recesso mantido para agosto;

Negociação permanente: criação de mesa de negociação permanente com mediação do TJDFT para tratar da reestruturação da carreira;

Homologação judicial: o acordo foi homologado pelo TJDFT, o que lhe dá caráter legal e obrigatório.

Fonte: https://horadopovo.com.br/apos-24-dias-de-mobilizacao-professores-do-df-garantem-acordo-e-encerram-greve/