MP reitera acusação e pede novamente que Bruno Henrique vire réu

O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) reforçou o pedido para que o jogador do Flamengo, Bruno Henrique, se torne réu por manipulação de resultado por ter recebido um cartão amarelo intencionalmente para favorecer apostadores, em uma partida do Campeonato Brasileiro de 2023.

Os promotores do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) afirmam que a denúncia está devidamente fundamentada e pronta para análise da 7ª Vara Criminal de Brasília. O material ainda não foi analisado pelo juiz titular da instância.

O parecer do Gaeco responde a um pedido da defesa do atacante do Flamengo, que solicitou à Justiça a rejeição da denúncia e a revogação da fiança de R$ 2 milhões sugerida pelo MP.

Os promotores, no entanto, requerem que a denúncia seja acolhida na íntegra, sem acatar os pedidos dos advogados do jogador, que atualmente disputa o Mundial de Clubes nos Estados Unidos pelo Flamengo. Bruno Henrique foi denunciado por manipulação de resultado esportivo, estelionato consumado em coautoria e tentativa de estelionato em coautoria (duas vezes) — a pena máxima pode chegar a 17 anos.

O jogador, atualmente, segue sendo investigado pela Polícia Federal (PF) por envolvimento em um esquema de apostas em corridas de cavalo.

Denúncia

O atleta foi denunciado pelo MP pelos crimes de manipulação de resultado esportivo, estelionato consumado em coautoria e tentativa de estelionato em coautoria (duas vezes). De acordo com promotores do Gaeco, Bruno Henrique foi incentivado pelo irmão a forçar o cartão amarelo.

Os promotores relatam que, após ser avisado por Bruno Henrique de que receberia o amarelo, Wander Nunes comunicou a informação a familiares — segundo a PF, o último contato do atacante foi uma ligação com o irmão às vésperas da partida. Um dos amigos de Wander disseminou a informação para um núcleo de apostadores, que então fizeram apostas específicas no cartão amarelo do jogador — o que, de fato, ocorreu.

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“Assim, todos os acusados, cientes de que se tratava de um acontecimento já ajustado e encaminhado, efetivaram apostas ‘prevendo’ o mencionado cenário. No dia aprazado, então, 01/11/2023, durante a partida entre Flamengo e Santos, Bruno Henrique realmente cumpriu com a palavra dada a Wander e forçou um cartão amarelo já nos minutos finais da partida, sendo punido, logo depois, com o cartão vermelho, por ter xingado o árbitro”, explicaram os promotores na denúncia.

Um ponto que chama a atenção dos investigadores é o fato de que as contas que realizaram as apostas no atacante eram recém-criadas. Conforme revelado pelo Metrópoles e citado na denúncia do MP, mais de 95% das apostas feitas foram direcionadas especificamente ao recebimento de cartão amarelo por Bruno Henrique.

“Para ser mais específico, no caso da Betano, 98% do volume de apostas para o mercado de cartões foi direcionado para que Bruno Henrique os recebesse — percentual próximo aos 95% identificado pela GaleraBet e compatível com a constatação apresentada pela KTO, de que houve um claro direcionamento para o evento em questão”, destacam os promotores.

“Assim, ao analisar o grupo de apostadores que registraram as apostas suspeitas, verificou-se que ou eram usuários titulares de contas recém-criadas nas plataformas — o que revela o objetivo específico de apostar naquele mercado de cartões e na punição de Bruno Henrique — ou eram clientes antigos que destoaram de seus padrões anteriores de apostas e elevaram consideravelmente os valores investidos naquele caso específico”, concluem.

Ao fim, o MP pede reparação de R$ 2 milhões aos acusados.

Denunciado

Promotores do Gaeco consideraram que o jogador teria combinado a aplicação de um cartão amarelo para beneficiar apostadores.

A denúncia foi protocolada nesta quarta-feira (11/6) e acompanha o pedido de indiciamento feito pela Polícia Federal (PF), que apontou o envolvimento do atleta e de outras nove pessoas pelos crimes de estelionato e fraude em competição esportiva. O caso foi mostrado em primeira mão pelo Metrópoles.

“Nos termos em que será adiante detalhado, a presente denúncia tem por objeto a imputação de crimes de fraude a resultado ou evento associado à competição esportiva (art. 200 Lei nº 14.597/2023), bem como de crimes de estelionato praticados em desfavor de pessoas jurídicas que atuam como agentes operadores de quota fixa, nos termos da Lei nº 14.790/2023”, diz o MPDFT.

 

10 imagensJogador do Flamengo foi indiciado por estelionato e fraude em competições esportivasMais 10 pessoas foram indiciadas, além do atacanteBruno Henrique foi indiciado pela Polícia FederalO título da Supercopa de 2025 coroou o atacante como o jogador com mais títulos na história do Rubro-NegroFlamengo vem de goleada sobre o JuventudeFechar modal.1 de 10

Atacante é suspeito de forçar um cartão amarelo

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Jogador do Flamengo foi indiciado por estelionato e fraude em competições esportivas

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Mais 10 pessoas foram indiciadas, além do atacante

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Bruno Henrique foi indiciado pela Polícia Federal

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O título da Supercopa de 2025 coroou o atacante como o jogador com mais títulos na história do Rubro-Negro

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Flamengo vem de goleada sobre o Juventude

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Bruno é suspeito de ter levado cartão amarelo de propósito

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Bruno ajudou o Flamengo a conquistar a Libertadores

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Segundo a PF, pessoas da sua família teriam se beneficiado

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De acordo com o MPDFT, Bruno Henrique supostamente buscou, de forma deliberada, ser punido pelo árbitro com cartões durante partida entre o Flamengo e o Santos

Igo Estrela/Metrópoles @igoestrela

Defesa

Em nota enviada ao Metrópoles, a defesa do jogador contesta a denúncia.

Confira:

“A denúncia oferecida pelo MPDFT, além de inteiramente insubsistente, é manifestamente aproveitadora, dado o contexto em que oferecida, coincidentemente na mesma data em que divulgada a lista de jogadores inscritos para o Super Mundial de Clubes da FIFA, na qual consta o Sr. Bruno Henrique.

Embora a medida do órgão ministerial seja oportunista, a sua defesa esclarece que as indevidas acusações formuladas serão técnica e imediatamente refutadas no processo.”

 

 

Fonte: https://www.metropoles.com/brasil/mp-reitera-acusacao-e-pede-novamente-que-bruno-henrique-vire-reu