Ecoturismo cresce no RN com novas rotas e abertura de parque nacional

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O Rio Grande do Norte amplia as rotas de ecoturismo com novas áreas abertas à visitação e crescimento do interesse por destinos que unem natureza, conservação ambiental e geração de renda. Entre os principais avanços está a abertura ao público do Parque Nacional da Furna Feia, no Oeste potiguar, além da consolidação do Geoparque Seridó da UNESCO e o fortalecimento de locais como Felipe Guerra, Tibau do Sul e Apodi.

Localizado entre os municípios de Mossoró e Baraúna, o Parque Nacional da Furna Feia tem 8,5 mil hectares, com 218 cavernas catalogadas, trilhas sinalizadas, pinturas rupestres e áreas de proteção de espécies ameaçadas de extinção. É a primeira unidade de conservação federal de proteção integral no estado e, agora, passa a receber visitas com agendamento prévio e controle de acesso feito pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).

Segundo Almir Oliveira, professor do Departamento de Turismo da UFRN, a visitação ao parque é um marco para o ecoturismo da região. “Pode ter uma maior diversificação das fontes de renda através do ecoturismo e do turismo ecológico”, aponta. Ele também cita como destaque o Seridó Geoparque da UNESCO, que vem recebendo visitantes interessados em trilhas, esportes de aventura e vivências com comunidades locais.

“O Seridó Geoparque tem demonstrado um potencial enorme de atrair turistas para a prática de trilhas, prática de esportes radicais em meio à natureza, contatos com o patrimônio natural e também com o patrimônio cultural”, explica. A área envolve municípios como Acari, Cerro Corá, Carnaúba dos Dantas, Currais Novos, Lagoa Nova e Parelhas, todos com geossítios mapeados e acessíveis.

Para o guia de turismo Julio César, da agência Aloha Ecotur, o RN tem potencial, mas o desenvolvimento ocorre, principalmente, onde há organização comunitária e consciência ambiental. “Natal tem esse potencial, mas o ecoturismo envolve, em grande parte, pequenas comunidades onde a conscientização é mais uniforme e alinhada à sustentabilidade e à preservação”, afirma.

Julio destaca que a região do Seridó tem se sobressaído pela diversidade de atrativos. “A região se destaca em relevância, por seus inúmeros atrativos, que vão desde açudes e trilhas até o próprio Geoparque Seridó”, diz. Ele observa que o ecoturismo vem crescendo nos últimos anos e, embora ainda esteja em fase de estruturação, já se equipara em alguns aspectos ao turismo tradicional.

Entre os atrativos do estado com oportunidades voltadas ao ecoturismo estão o Parque das Dunas, o Parque da Cidade, em Natal, a Reserva Mata Estrela em Baía Formosa, o Santuário Ecológico de Pipa e os Parrachos de Maracajaú, além de cachoeiras e formações rochosas em municípios como Lajes Pintadas, Serra do Martins e Serra de São Bento.

As atividades praticadas nesses locais vão de trilhas a observação da fauna, escaladas, mergulho e turismo pedagógico. “Conforme o Ministério do Turismo, ecoturismo é a atividade que utiliza de forma sustentável o patrimônio natural e cultural, incentiva sua conservação e busca formar consciência ambiental por meio da interpretação do ambiente”, define Almir Oliveira.

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O professor aponta ainda dois principais ecossistemas com potencial turístico no estado: a caatinga, predominante no interior, e a mata atlântica no litoral. Segundo ele, áreas como o Seridó Geoparque e o Parque Nacional da Furna Feia ajudam a preservar e gerar renda a partir desses ambientes naturais.

Projetos de pesquisa e extensão também contribuem para o desenvolvimento do setor. Almir cita iniciativas conduzidas por professores da UFRN que atuam com geoconservação, turismo de base comunitária e planejamento participativo com foco em conservação da biodiversidade.

O perfil dos turistas também tem mudado. Segundo Julio César, a maior parte do público que busca esse tipo de experiência tem entre 18 e 50 anos, com interesse por trilhas e vivência direta com a natureza. “São pessoas que gostam de contato com a natureza, geralmente na faixa etária de 18 a 50 anos, e que praticam trilhas como uma forma de atividade alternativa”, resume.

Para Julio, o estado ainda precisa de ações estruturadas para consolidar esse segmento. “Faltam políticas públicas que promovam a conscientização em grande escala, além de capacitação e valorização dos profissionais do turismo que já desenvolvem esse trabalho”, afirma.

A interiorização do turismo tem sido defendida por especialistas como caminho para descentralizar o fluxo concentrado no litoral e promover o desenvolvimento regional. Áreas como Felipe Guerra, com suas cavernas e grutas, e Apodi, com formações rochosas e paisagens do semiárido, estão sendo inseridas em roteiros alternativos voltados à sustentabilidade.

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Fonte: https://agorarn.com.br/ultimas/ecoturismo-no-rn-cresce-novas-rotas-parque/