Foto: Raissa Morais/Meionews.com –
Conforme dados da Organização das Nações Unidas, revelados por seu representante no ato em SP, Jean Dotd, pedestres, ciclistas e motociclista brasileiros representam cerca de 60% de todas as mortes registradas no trânsito
Diante da constatação de que o Brasil possui uma das maiores taxas de mortalidade no trânsito em toda a América, ostentando um percentual de 15,7 óbitos por cada conjunto de 100 mil habitantes, a ONU lançou nesse último fim de semana, em São Paulo, uma campanha de conscientização pelo trânsito seguro.
O número de mortes nos acidentes de trânsito tem crescido sem parar no Brasil, atingindo todas as regiões do país, com maior gravidade nas grandes cidades. Em São Paulo, por exemplo, as mortes de motociclistas aumentaram 20% em 2024 em relação a 2023, segundo dados divulgados pelo Departamento de Trânsito.
Conforme dados da Organização das Nações Unidas, revelados por seu representante no ato em SP, Jean Dotd, pedestres, ciclistas e motociclista brasileiros representam cerca de 60% de todas as mortes registradas no trânsito.
Ao defender que as autoridades brasileiras e latino-americanas devem dedicar mais atenção ao tema, a ONU aponta que há uma série de soluções que podem ser aplicadas para diminuir os acidentes de trânsito, como reforço da fiscalização, investimento em educação e transporte público, além de melhoria da infraestrutura rodoviária e da segurança veicular, criação de ciclovias e passagens seguras para pedestres, especialmente nos arredores de escolas.
A questão básica entre os diversos problemas graves resultantes no número de mortes de motociclistas e ciclistas, especialmente, reside muito seriamente na precariedade de fiscalização por parte dos órgãos de controle de trânsito.
Um estudo recente da Secretaria Nacional de Trânsito ( Senatran) mostra um dado alarmante: numa comparação feita do registro de CNHs para moto com o de proprietário desses veículos, descobriu-se que 50,4% dos donos de motocicletas não têm habilitação para guiar.
A Senatran comparou o registro e descobriu-se que 50,4% dos donos de motocicletas não têm habilitação, para conduzi-las. Isso constitui 16,5 milhões de veículos.
O estudo comparativo traz a situação de vários Estados brasileiros. No Maranhão, 70% não são habilitados. No Piauí, 65%. E na Paraíba, 62%. Mesmo em Santa Catarina, estado com o menor índice de irregularidade na comparação CNH/Posse, (26%), ainda assim um em cada quatro donos de motos não tem o documento de habilitação.
“Os acidentes continuam sendo a principal causa de morte de crianças e jovens entre 5 e 29 anos no mundo, gerando um grande impacto social e econômico”, aponta em comunicado o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) no Brasil, que apoia ativamente a campanha lançada pela ONU.
De acordo com dados divulgados pelo Banco Mundial, os custos decorrentes dos acidentes representam entre 3% e 6% do Produto Interno Bruto (PIB) da América Latina.
Observam as autoridades que vencer essa guerra não depende de novas regras legais e nem de novos mecanismo. Eles existem e não parece difícil de se tornarem eficientes se as autoridades dos setores levarem isso a sério e passarem a ter rigor na fiscalização por seus diversos aspectos e assumirem o papel de educar e conscientizar.
É preciso mudar esse jogo, essa cultura trágica que vem se enraizando.
“O mais relevante é a falta de fiscalização. Ela é a base para que as pessoas tenham consciência da necessidade de se regularizar. E, nesse processo de regularização, têm acesso a informações importantes que vão ajudar essa pessoa a ter uma melhoria na sua visão de segurança viária”, afirma Paulo Guimarães, presidente do Observatório Nacional de Segurança Viária.