Lula se livra de Prates e escolhe ‘dilmista’ para presidir Petrobras

Demissão se dá no dia seguinte à divulgação dos resultados ruins do 1T24 e de novo anúncio de dividendos

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O presidente Lula (PT) decidiu demitir o ex-senador Jean Paul Prates da presidência da Petrobras e escolheu em sua substituição a engenheira Magda Chabriard, que dirigiu a Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) no governo de Dilma Rousseff.

A demissão era esperada, mas foi consumada no dia seguinte à divulgação, na noite de segunda-feira (13), do mau desempenho da Petrobras no primeiro trimestre de 2024, quando registrou redução expressiva do lucro líquido e a piora em vários fundamentos da empresa.

Junto à divulgação do resultado, a Petrobras aprovou pagamento de dividendos que surpreendeu e irritou o presidente da República, que tem conhecida posição preconceituosa contra os acionistas, ainda que a União seja o maior de todos.

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Novos dividendos irritaram Lula

De acordo com a Petrobras, será realizado pagamento de R$13,45 bilhões em dividendos e juros sobre capital próprio (JCP) intercalares, o equivalente a US$ 2,61 bilhões.

O lucro líquido caiu 37,9% em relação ao mesmo período do ano passado, somando R$23,7 bilhões. O desempenho decepcionante derrubou os papéis da estatal em 2,74% nas ações ordinárias PETR3 e 1,80% para ações preferenciais PETR4.

O lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação (Ebitda) ajustado totalizou R$ 60,04 bilhões entre janeiro e março, queda de 17,2% versus o mesmo período de 2023.

Um presidente desqualificado

Prates não foi demitido pelos resultados ruins e sim porque Lula ficou irritado com o fato de ter sido surpreendido com o novo anúncio de pagamento de dividendos e de juros de capital próprio aos acionistas, em duas parcelas.

Os resultados divulgados nesta segunda-feira foram ainda mais fracos do que o esperado, assim como os dividendos anunciados foram igualmente mais baixos do que o mercado projetava.

Jean Paul Prates assumiu a presidência da maior empresa brasileira sem qualquer qualificação ou experiência profissional que o recomendasse, por essa razão não demoraria a cometer erros de gestão. E sempre pareceu hesitante entre priorizar os interesses da empresa, dos quais progressivamente to,ava conhecimento, ou permitir que a Petrobras fosse subjugada à interferência política de Lula.

Ela foi contra paridade internacional

Magda Chambriard foi contra a interferência do governo para alteração da política de preços da Petrobrás, no governo de Michel Temer, sobretudo relação ao Preço Paritário de Importação (PPI) do diesel. Essa posição, considerada anacrônica, coincide com a opinião do atual presidente da República.

Ela ingressou na Petrobras em 1980 como funcionária e, em 2002, ingressou na ANP como assessora da diretoria, mas no governo Dilma acabaria nomeada para a função de diretora-geral da agência reguladora, cargo que ocupou entre março de 2012 e dezembro de 2016.

Durante sua gestão à frente da ANP, ela promoveu quatro leilões de petróleo, entre os quais o 1º leilão do pré-sal, da área de Libra, e defendeu a maior participação de petrolíferas estrangeiras na exploração do petróleo brasileiro.

Magda Chambriard causou algum desconforto entre petistas quando elogiou a facilitação do governo Temer para a privatização do campo de Carcará pela Petrobrás, em favor da estatal norueguesa Statoil (atual Equinor).

Fonte: https://diariodopoder.com.br/brasil-e-regioes/lula-se-livra-de-prates-e-escolhe-dilmista-para-presidir-a-petrobras