Apos reunião sem acordo, servidores dos hospitais federais do Rio mantêm greve

Os servidores dos hospitais federais do Rio de Janeiro decidiram manter a greve da categoria, iniciada na quarta-feira (15), após a reunião entre o Sindicato dos Trabalhadores em Saúde, Trabalho, Previdência e Assistência Social no Estado do Rio de Janeiro (Sindisprev) e o Departamento de Gestão Hospitalar, do Ministério da Saúde, terminar sem acordo.  

Após a reunião, na sexta-feira (17), houve uma assembleia dos funcionários, que decidiram pela manutenção da greve por tempo indeterminado.

Os trabalhadores reivindicam recomposição salarial de 49%, realização de concurso público, a inclusão da categoria na carreira da ciência e da tecnologia e, principalmente, a reestruturação dos hospitais. A categoria é contrária à privatização ou divisão da rede para redistribuição das unidades entre estado, município e iniciativa privada. Os servidores também querem pagamento do adicional de insalubridade em grau máximo e do piso da enfermagem em valores integrais.

A negociação entre o sindicato e o governo federal já se arrasta há 9 meses.  

“Nós queremos ter uma carreira que nos dignifique e valorize o serviço. Temos acordo de greve assinado que tinha 3 itens de pauta e o governo não cumpre. A gente não recebe valor da insalubridade, lida com doença infectocontagiosa, deveria receber grau máximo. A gente tem uma situação absurda”, diz Christiane Gerardo, diretora do Sindisprev.

Sobre as negociações gerais do funcionalismo, Christiane diz que as propostas apresentadas pelo governo “não atendem aos anseios e reivindicações da categoria”.

“Somos uma das categorias com menor remuneração em todo o serviço público federal, mas o governo oferece zero de reajuste este ano. No caso da transformação dos cargos de auxiliares de enfermagem em técnicos de enfermagem, não se trata de simples troca de nomenclatura. Por tudo isso é que temos necessidade de manter a greve e negociar com o Ministério da Saúde os itens da nossa pauta específica”, afirmou.

Segundo o Sindiprev, com a paralisação, apenas 30% dos seis hospitais federais do Rio estão funcionando, com alguns serviços essenciais como hemodiálise, diálise, quimioterapia e oncologia.

O sindicato tem expectativa de que uma nova mesa de negociação aconteça na próxima quinta-feira (23), e articula também uma audiência pública no Hospital Federal dos Servidores do Estado (HFSE), com presença de parlamentares, e uma reunião com a bancada de deputados do Rio de Janeiro. “Continuaremos com nossas articulações, mas o fundamental é fortalecermos ainda mais a greve. Este é o caminho”, afirmou a diretora do sindicato.

Fonte: https://horadopovo.com.br/apos-reuniao-sem-acordo-servidores-dos-hospitais-federais-do-rio-mantem-greve/