PF investiga esquema de fraude em vestibular de medicina do Pará

21 estudantes estão sendo investigados por fraudar  o Exame Nacional do Ensino Nacional (Enem), nos anos de 2022 e 2023 para cursar medicina

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A Polícia Federal conduz uma investigação aprofundada, sobre um esquema de fraudes nos vestibulares de medicina da Facimpa/Afya, no Pará. Praticado por 21 estudantes, que estão sendo investigados por fraudar  o Exame Nacional do Ensino Nacional (Enem), nos anos de 2022 e 2023, além de outros vestibulares realizados de forma remota, na região nortista. As investigações tiveram início em Marabá, sudeste do estado, ainda em fevereiro deste ano. 

Segundo informações da PF, o golpe ocorreu ao longo de vários anos, resultando na aprovação de dezenas de alunos em vestibulares de medicina com notas fraudulentas. O inquérito inclui vinte e um suspeitos, listando seus nomes, fotos, nomes dos pais, números de celular e endereços. Os envolvidos conseguiram ingressar em instituições como a Facimpa/Afya, Universidade do Estado do Pará (Uepa) e Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa).

Em março deste ano, três homens foram presos, identificados como André Rodrigues Ataíde, de 23 anos, chefe do esquema criminoso e alvo das Operações Passe Livre I e II, e atualmente, estão em liberdade provisória. Moisés Oliveira Assunção e Eliésio Bastos Ataíde. A partir dos aparelhos celulares apreendidos com o trio, os policiais federais chegaram a outros 18 nomes que também passaram a ser investigados, totalizando, então, 21 pessoas alvo de um inquérito aberto pela PF. 

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A polícia descreve que André Ataíde atuava de forma sistemática e organizada, com a colaboração de pelo menos 18 outras pessoas, fraudando provas de vestibulares em troca de pagamentos em dinheiro. Seu foco principal era fraude de exames na modalidade online explorando as vulnerabilidades dos sistemas de aplicação de provas remotas da Facimpa/Afya. 

Como chefão do esquema, André demonstrava como burlar o sistema de fiscalização das provas online da Instituição e cobrava R$2 mil por cada aprovação fraudulenta em vestibular de medicina, sendo que R$1 mil deveriam ser pagos antecipadamente como caução para evitar possíveis calotes dos candidatos. Caso o “cliente” não fosse aprovado no exame, André devolvia o valor integral. O risco ocorreu pelo menos em dois casos. 

 

Modus operandi  

Após fotografar as questões do vestibular da Facimpa, André as enviava para um grupo de mensagens para que seus cúmplices respondessem. A investigação revelou que André não agia sozinho. Há indícios de cúmplices e suspeitas de convivência dentro da Facimpa em Marabá. Segundo a PF, além dos 18 envolvidos acredita se que esse número pode aumentar sugerindo que a fraude pode ter sido facilitada por indivíduos com acesso privilegiado aos processos de aplicação das provas on-line.

 As páginas processuais apontam que os 18 investigados são naturais dos seguintes estados brasileiros: Pará, Maranhão, Goiás, Tocantins e Alagoas. Conforme os documentos, essas pessoas poderão responder pelos crimes de falsificação de documentos e estelionato.

Nota da Afya/Facimpa

A Afya esclarece que possui duas formas de processos seletivos para seus cursos de graduação. Os alunos que ingressam via Enem utilizam suas notas obtidas na prova aplicada pelo governo federal. Para as investigações em curso sobre esse tema, a instituição segue à disposição das autoridades competentes, comprometendo-se a fornecer todas as informações que sejam solicitadas e, sempre que necessário, tomará as medidas cabíveis dentro do que prevê a legislação.

Para o caso do vestibular próprio, a instituição aplica uma prova on-line por meio de um dos mais modernos e reconhecidos sistemas de segurança da atualidade, equivalente ao sistema da prova norte-americana Toefl. O sistema foi desenvolvido para monitorar os candidatos e garantir total integridade do processo. Utilizando inteligência artificial, a plataforma grava o candidato em tempo real e o monitora por áudio e vídeo durante toda a execução da prova, realizando o bloqueio ou a quebra de conexão do concorrente em caso de suspeita de fraude, como tentativa de abertura de outra tela no computador, uso de celular ou ausência do candidato à frente da máquina.

A realização das provas também é acompanhada por monitores e fiscais que, conectados ao sistema, podem solicitar imagens mais detalhadas de eventuais ocorrências suspeitas e desclassificar o concorrente imediatamente.

A instituição reforça que atua com transparência, não tolerando quaisquer comportamentos que estejam em desacordo com os mais altos preceitos legais e éticos que a regem. A Afya afirma seu compromisso com a integridade e a justiça em todas as suas atividades acadêmicas e que, havendo comprovação de não conformidade, aplicará as medidas adequadas.

Fonte: https://diariodopoder.com.br/brasil-e-regioes/e03-brasil/pf-investiga-esquema-de-fraude-em-vestibular-de-medicina-do-para