Ibovespa opera em baixa nos primeiros negócios do dia; dólar sobe

O Ibovespa recua nos primeiros negócios desta sexta-feira (07), conforme os investidores reagem a números mais fortes do que o esperado sobre a criação de empregos nos EUA.

Os dados mostram um mercado de trabalho robusto e podem adiar o amplamente aguardado corte de juros na maior economia do mundo.

Por volta das 10h10, o principal índice da bolsa brasileira caía 0,86%, aos 121.838 pontos. O dólar era negociado em alta de 0,60%, a R$ 5,28 na venda.

Um mercado de trabalho forte tem sido uma justificativa comum entre as autoridades do Fed para se manterem cautelosas em relação à trajetória da inflação de volta à sua meta de 2%.

Isso também tem adiado o início de um possível ciclo de afrouxamento monetário pelo banco central dos EUA.

Ao longo do último mês, dados de emprego do setor privado e de vagas abertas, seguidos de um relatório de emprego mais fraco em abril, vinham mostrando um arrefecimento do mercado de trabalho norte-americano.

E isso ampliou as expectativas do mercado por um corte de juros no Federal Reserve em breve.

O relatório desta sexta-feira reverte essas apostas, fomentando o cenário de juros mais altos por mais tempo nos EUA, uma vez que as autoridades do Fed devem reforçar sua postura agressiva na batalha contra a alta dos preços.

Os operadores passaram a ver 52% de chance de o Fed reduzir os juros em sua reunião de setembro, de 69% antes dos dados de emprego.

Juros mais altos nos EUA jogam a favor do dólar, já que tornam os rendimentos norte-americanos mais atraentes para investidores estrangeiros.

O Banco Central Europeu, por outro lado, cortou suas taxas de juros em 0,25 ponto percentual na quinta-feira (06), a primeira redução na zona do euro desde 2019.

Por lá, os juros atingiram níveis recordes em meio aos esforços das autoridades em desacelerar a inflação.

No cenário doméstico, os investidores estão atentos a comentários de membros do Banco Central, com palestras do presidente Roberto Campos Neto; do diretor de Política Monetária, Gabriel Galípolo; e do diretor de Assuntos Internacionais, Paulo Picchetti.

Na quinta-feira (06), Campos Neto e Galípolo, em eventos separados, demonstraram uma preocupação comum com as expectativas do mercado para a inflação ao fim deste ano e dos próximos, como evidenciado na mais recente pesquisa Focus.

Fonte: https://www.cnnbrasil.com.br/economia/mercado/mercado-financeiro-07-junho-2024/