Real está entre as moedas que mais perderam valor frente ao dólar em 2024, diz levantamento

A política monetária contracionista adotada pelo Federal Reserve (Fed, na sigla em inglês), somada às incertezas globais deram o combustível necessário para que o dólar registrasse fortes ganhos ao longo do primeiro semestre. Neste cenário, as moedas emergentes – como é o caso do real – perdem espaço.

Até terça-feira (11), a moeda brasileira foi a sétima moeda que mais desvalorizou frente ao dólar, com queda de 9,5%. Em sexto lugar ficou o iene, do Japão, que recuou 10,1% e, em quinto lugar, o peso argentino, com desvalorização de 10,5%.

O primeiro lugar do ranking elaborado pela Austin Rating ficou com a Nigéria, onde a naira caiu 42,8%.

Com menor desvalorização e, portanto, na frente do Brasil, estão: lira turca (-8,7%), peso mexicano (8,1%) e franco suíço (-6,8%).

O estresse cambial ocorre conforme aumenta o pessimismo do mercado financeiro com relação à política de juros dos Estados Unidos. E o mal humor pode aumentar nesta quarta-feira (12), caso o Fed decida adotar um discurso mais duro em seu comunicado sobre a decisão da taxa de juros.

A reunião do Federal Open Market Comittee (Fomc, comitê de política monetária dos EUA) deve confirmar a expectativa do mercado de que os juros americanos permanecerão inalterados entre 5,25% e 5,50% ao ano. Apesar de uma decisão já aguardada, o comunicado pesará sobre as expectativas e pode valorizar ainda mais a divisa norte-americana no mercado de câmbio.

O desafio do banco central dos EUA é o de atingir a meta de inflação estipulada de 2% ao ano. Atualmente, o Índice de Preços ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês) está no patamar de 3,3%, portanto, acima da meta.

A plataforma que mede as expectativas dos agentes financeiros sobre a política monetária dos EUA, CME Group, aponta para 61,3% as chances de que o primeiro corte das taxas ocorra em setembro.

Para além dos juros americanos, as incertezas globais também pesam na balança. Conflitos no Oriente Médio e no Leste Europeu seguem como incógnitas nas mesas de operações.

Na B3, a cautela global tem se refletido nos pregões da semana. Ontem, o dólar encerrou o dia negociado a R$ 5,359 na venda, mantendo a cotação nas máximas desde janeiro de 2023.

Fonte: https://www.cnnbrasil.com.br/economia/mercado/real-esta-entre-as-moedas-que-mais-perderam-valor-frente-ao-dolar-em-2024-diz-levantamento/