Presidente da CTB, Adilson Araújo – Foto: Reprodução/SP
O presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Adilson Araújo, repudiou a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC), de manter a taxa básica de juros da economia brasileira em 10,5% ao ano. Segundo o líder sindical, “os juros altos servem, na verdade, aos interesses dos grandes bancos e rentistas”.
“Os juros altos servem, na verdade, aos interesses dos grandes bancos e rentistas. O Brasil pratica hoje a segunda maior taxa de juros reais do mundo e isto não deve ser naturalizado, é um absurdo que só responde a uma razão: enriquecer ainda mais um restrito grupo de parasitas que nada produzem e vivem embolsando juros, em detrimento dos investimentos públicos e do crescimento econômico. A luta pela redução dos juros no Brasil é fundamental”, afirmou
A decisão, tomada por unanimidade pelos diretores do Copom – inclusive dos indicados pelo governo Lula, interrompe uma sequência de sete cortes consecutivos da Selic realizados pelo órgão desde agosto do ano passado.
Dirigentes do movimento sindical brasileiro, que condenam a manutenção das altas taxas de juros e afirmam que a atual política monetária inviabiliza o desenvolvimento nacional e é orientada pelos interesses menores de banqueiros e rentistas.
O economista da subseção do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) na Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf), Gustavo Cavarzan, explica que a Selic tem influência importante no desempenho econômico do país.
“Juros altos prejudicam o governo, com aumento de custos no pagamento dos títulos da dívida pública, reduzindo recursos para outras áreas importantes, como saúde e infraestrutura. A Selic também influencia nos juros de todo o sistema financeiro, com isso, o crédito fica mais caro para famílias e empresas, aumentando o endividamento e, ao mesmo tempo, impedindo investimentos na economia real e, portanto, na criação de mais empregos”, resumiu.
A presidente da Contraf e vice-presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Juvandia Moreira, destacou que o Brasil segue com a inflação sob controle e, portanto, as justificativas do Copom são falhas e prejudicam diretamente uma das obrigações do BC, que é colaborar com aumento do nível de empregos no país.
“Usar o argumento de se preparar para expectativas futuras de inflação maior é uma falácia. A manutenção da Selic alta é proibitiva ao crescimento econômico e apenas reafirma que o órgão é suscetível às pressões do mercado financeiro e, assim, desvia das responsabilidades para com o país”, pontuou. “Os principais beneficiados com a Selic elevada são os detentores dos títulos da dívida pública, que atualmente são as instituições financeiras”, completou.
A Força Sindical divulgou nota criticando a decisão do Copom de manter a taxa Selic em 10,50% a.a.. A decisão interrompe uma sequência de sete reduções na taxa e para o presidente da Força Sindical, Miguel Torres, a decisão é desastrosa e inibe o crescimento do Brasil.
“O aperto monetário do Banco Central está asfixiando não só a atividade econômica, a produção industrial e a geração de novos postos de trabalho, mas também compromete o consumo das famílias”, alerta o sindicalista.
Fonte: https://horadopovo.com.br/presidente-da-ctb-critica-taxa-de-juros-de-105-mantida-pelo-copom-serve-para-enriquecer-parasitas/