Quem caminha pelo centro de São Paulo já se acostumou à presença de usuários de drogas e moradores de rua: antes concentrados em alguns pontos, eles agora se espalham por diversos quarteirões, chamando a atenção de turistas e preocupando as autoridades. Porém, para a população do município, conforme o mais recente relatório do Índice do Capitalismo Humanista (ICapH), houve “redução das desigualdades regionais e sociais” nos últimos cinco anos. O indicador subiu de 234 pontos em 2019 para 262 em 2024: um crescimento de 11,96%.
O levantamento, promovido anualmente pelo Instituto do Capitalismo Humanista, ouviu 616 moradores de São Paulo, distribuídos proporcionalmente entre as diversas regiões da cidade, entre 29 e 31 de março deste ano. De acordo com a Lei Municipal nº 17.481, de 30 de setembro de 2020, o ICapH é de utilidade pública e serve como instrumento para a orientação de políticas públicas.
Segundo Ricardo Hasson Sayeg, presidente do Instituto do Capitalismo Humanista, a pesquisa tem como propósito fornecer um panorama da opinião pública em relação a diversos aspectos do chamado capitalismo humanista, inscritos no artigo 170 da Constituição, permitindo que gestores públicos e privados identifiquem áreas que necessitam de melhorias e implementem estratégias para promover um desenvolvimento sustentável e inclusivo.
“Nós avaliamos como os cidadãos enxergam a diminuição das disparidades regionais e sociais, a eficácia das políticas de inclusão e o compromisso com a equidade. Para garantir um progresso justo, é crucial priorizar a redução das desigualdades, promovendo condições equitativas que permitam que todos os indivíduos tenham as mesmas oportunidades”, afirma.
Apesar dos avanços registrados pelo ICapH, a verdade é que a realidade urbana ainda apresenta desafios significativos. A expansão dos problemas relacionados à drogadição, que levam muitas vezes ao aumento da população de rua, reflete um aspecto da equação social que demanda atenção contínua. A dispersão desses grupos por múltiplas áreas da capital sublinha a complexidade das políticas de inclusão e a necessidade de estratégias adaptáveis para o enfrentamento da questão.
Tais preocupações permearão inevitavelmente a campanha eleitoral deste ano e a gestão do futuro prefeito.
Fonte: https://veja.abril.com.br/coluna/matheus-leitao/a-reducao-das-desigualdades-na-cidade-de-sao-paulo/