PF pune delegado que fez críticas à corporação na gestão Bolsonaro

Suspensão por “transgressões disciplinares” após acusar ex-diretor-geral

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A Polícia Federal suspendeu por 31 dias o delegado Alexandre Saraiva, acusado de “transgressões disciplinares”.

Assinada pelo atual diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, a decisão foi publicada no boletim interno da corporação na última segunda (22).

Uma comissão disciplinar recomendou o afastamento de Saraiva sob o argumento de que ele cometeu infração ao acusar de irregularidades o ex-diretor-geral da corporação Paulo Maiurino, “sem o aval de sua chefia imediata”. A punição foi avalizada pela corregedoria da PF.

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O delegado disse a O Globo que vai recorrer ao ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, contra a punição disciplinar e alegou ser vítima de retaliação de setores bolsonaristas da PF, Maiurino fou um dos quatro diretores-gerais da corporação durante o governo de Jair Bolsonaro.

“Esse processo administrativo é uma vingança. Ele foi gestado durante o governo Jair Bolsonaro, e a comissão que avaliou o procedimento é formada por bolsonaristas”, afirmou Saraiva.

O delegado, que foi superintendente da Polícia Federal no Amazonas, ganhou notoriedade após ser destituído do cargo em 2021.

Naquele ano, Saraiva apresentou no STF uma notícia-crime contra Ricardo Salles, então ministro do Meio Ambiente, hoje deputado federal, por organização criminosa e obstrução a ações de fiscalização ambiental, em uma operação da Polícia Federal que levou à maior apreensão de madeira ilegal da história do Brasil.

O delegado foi transferido da chefia da PF no Amazonas para uma delegacia em Volta Redonda, no Rio de Janeiro, a milhares de quilômetros de distância, por decisão de Paulo Maiurino.

Depois disso, Saraiva entrou com representação contra o então diretor-geral na corregedoria da PF e deu uma série de entrevistas acusando Bolsonaro e Maiurino de aparelharem a corporação.

Fracasso eleitoral

Nas eleições de 2022, o delegado se candidatou a deputado federal pelo PSB no Rio, mas não conseguiu se eleger. A comissão da PF alegou que Saraiva buscava se projetar politicamente com as entrevistas em que atacava integrantes da corporação. Saraiva, por sua vez, diz que não usou o cargo para fins eleitorais. Na defesa apresentada à corregedoria, destacou que sua campanha custou apenas R$ 5 mil e obteve 16 mil votos

 

Fonte: https://diariodopoder.com.br/brasil-e-regioes/e04-brasil/pf-pune-delegado-que-fez-criticas-a-corporacao-na-gestao-bolsonaro