Ativistas protestam em frente a prédio no Flamengo onde mora general acusado da morte de Rubens Paiva

Cerca de 100 jovens do movimento Levante Popular da Juventude realizou um ato, na manhã desta segunda (24), em frente do prédio onde mora o general reformado José Antônio Nogueira Belham, no bairro do Flamento, na Zona Sul do Rio. O militar é um dos acusados de participar da tortura, assassinato e desaparecimento do ex-deputado Rubens Paiva durante a ditadura. O movimento reivindica justiça para Rubens Paiva e que a Lei da Anistia (Lei 6.683/1979) não se aplique a crimes como assassinatos, torturas e ocultação de cadáver.

No asfalto, em frente ao prédio, os manifestantes pintaram a frase ‘Ainda estamos aqui‘, em referência ao filme que narra a história da família Paiva, e levantaram cartazes com fotos de Rubens Paiva e de outros mortos e desaparecidos pelo regime militar, principalmente ligados a movimentos estudantis, como a líder da União Nacional dos Estudantes (UNE) Helenira Resende; o então presidente da Federação dos Estudantes da Universidade de Brasília Honestino Guimarães e o estudante secundarista Edson Luís.  

“Não esqueceremos, não descansaremos, até que haja justiça para Rubens Paiva e para todos e todas que morreram lutando por democracia, aqueles que foram de aço nos tempos de chumbo. Somente com justiça poderemos construir uma sociedade efetivamente democrática e superar, sem esquecimento e sem perdão, um dos períodos mais sombrios da nossa história”, diz um comunicado publicado pelo Levante Popular da Juventude em suas redes sociais.

O general comandou o Destacamento de Operações de Informações/Centro de Operações de Defesa Interna do Exército (DOI-Codi), um dos principais órgãos de repressão da ditadura militar, de 1970 a 1971, período em que o ex-deputado federal Rubens Paiva teria sido morto dentro da unidade. Em 2014, a Comissão da Verdade concluiu que o general Belham foi um dos responsáveis pela morte de Rubens Paiva, a partir de provas documentais e de depoimentos de ex-agentes da repressão.

Em depoimento à comissão, Belham disse que não tinha conhecimento de torturas cometidas contra Paiva e que estava de férias durante a data provável de sua morte. A comissão retrucou seu depoimento, desmentido pelas provas colhidas.

Após o depoimento, Belham foi denunciado pelo Ministério Público Federal (MPF) , junto com outros quatro militares, pela morte do ex-deputado. O processo foi arquivado com base na Lei da Anistia, mas será reanalisado pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Apenas dois dos acusados ainda estão vivos, o general Belham e o major reformado Jacy Ochsendorf e Souza.

Com informações da Agência Brasil

Fonte: https://agendadopoder.com.br/ativistas-protestam-em-frente-a-predio-onde-mora-general-acusado-da-morte-de-rubens-paiva/