‘PT quer um bode expiatório’, diz relator da PEC sobre autonomia financeira do BC

O senador Plínio Valério (PSDB-AM), que é autor da Lei que conferiu autonomia operacional para o Banco Central, agora é o relator da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que discute, na Comissão de Constituição e Justiça do Senado, a autonomia financeira da instituição. Ele prepara relatório que será apresentado ao colegiado até o mês de junho, debruçado sobre questões como a natureza de Autarquia do BC, orçamento disponível e impacto sobre os servidores.

Até agora, o governo Lula, que vive criticando o Banco Central, não enviou sugestões para serem incorporadas à proposta. “Solicitei a interlocução de Jaques Wagner. Eu não posso sair daqui para saber o que Haddad pensa”, enfatizou Valério.

A respeito das insistentes críticas do presidente da República sobre o presidente da Autarquia, Roberto Campos Neto, o senador elenca que o governo petista está “doido para achar um bode expiatório. O PT quer um bode expiatório para tudo que há de errado. O Banco Central é considerado um dos melhores do planeta. Lula chama Campos Neto de cidadão, mas Campos Neto vive recebendo prémio”, analisou.

E completou: “o governo quer bater no BC, que está há dez ou oito anos sem concurso, com um orçamento de R$15 milhões, com um departamento para o pix de 40 pessoas. É muita hipocrisia”, concluiu.

Perguntado sobre as insistências da equipe econômica do governo em querer furar a autonomia do BC, o relator descartou qualquer possibilidade. “Não tem como. A autonomia operacional, o governo vai fazer um projeto para derrubar, a gente não vai deixar. A PEC atual não vai versar sobre mudanças na autonomia financeira. Essas mudanças, o aposentado não quer, o pensionista não quer, o brasileiro não quer”, arrematou.