A defesa do ex-ministro Walter Braga Netto, réu na ação penal que investiga a tentativa de golpe de Estado de 2022, solicitou ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), o adiamento do interrogatório dos réus, previsto para começar na próxima semana. A argumentação dos advogados é de que o interrogatório só deve ocorrer após o depoimento das testemunhas dos outros núcleos da investigação, além de um acesso completo a todos os documentos e provas do processo.
Braga Netto, que é réu ao lado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outros seis acusados, está sendo investigado no contexto de uma suposta trama golpista que visaria anular os resultados das eleições presidenciais de 2022. Após o encerramento das audiências com as testemunhas indicadas pela acusação e pela defesa na segunda-feira, o ministro Moraes agendou para a próxima semana o interrogatório dos réus, etapa crucial do andamento do processo.
No entanto, a defesa do ex-ministro argumenta que o interrogatório deve ser adiado para que o processo tenha a transparência necessária e que a análise das provas seja feita de maneira adequada. Segundo os advogados, seria fundamental que as testemunhas dos outros núcleos da investigação, que envolvem 25 pessoas, fossem ouvidas antes do interrogatório. Embora o STF tenha aceitado a denúncia contra esses outros réus, ainda não há data marcada para os depoimentos ou para a abertura formal da ação penal contra eles.
Além disso, a defesa de Braga Netto apontou que a investigação inclui documentos relacionados à delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid, que ainda não foram plenamente acessados. Cid, que já firmou um acordo de colaboração, será o primeiro dos réus a prestar depoimento, agendado para sexta-feira. A defesa de Braga Netto alegou que, sem o acesso completo a esses documentos e outros materiais da investigação, não houve tempo hábil para uma análise aprofundada, comprometendo o direito à ampla defesa.
Com isso, os advogados pedem um “prazo razoável” para que possam realizar a análise detalhada de todos os documentos e provas levantados até o momento. A solicitação reflete a preocupação de que a apuração seja feita de maneira justa, respeitando todos os direitos dos réus e a legalidade do processo.
A decisão do STF sobre o pedido de adiamento ainda está pendente, mas a movimentação da defesa de Braga Netto pode ter implicações diretas no andamento do processo e nos prazos das próximas etapas.
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