Mesmo afastado oficialmente de suas funções na Câmara dos Deputados desde março, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) segue com seu gabinete em plena atividade no que diz respeito ao uso de dinheiro público. Segundo apuração do site PlatôBR, publicada nesta segunda-feira (27), o filho do ex-presidente Jair Bolsonaro gastou em abril R$ 132,4 mil da verba de gabinete — valor próximo ao limite mensal estipulado para despesas com funcionários e assessores.
A reportagem aponta que o montante gasto em abril, mês no qual Eduardo não recebeu salário nem fez uso da cota parlamentar (utilizada para despesas como passagens, combustível e aluguel de escritório), foi superior ao registrado em março. Naquele mês, o deputado ainda atuou por 18 dias antes de formalizar sua licença para se mudar temporariamente para os Estados Unidos, onde reside atualmente com a família.
A verba de gabinete é destinada exclusivamente à contratação de até 25 assessores parlamentares. Apesar de o parlamentar não estar presente no exercício do mandato, os recursos continuam sendo utilizados, o que levanta questionamentos sobre a efetividade e o controle da aplicação desses valores em períodos de licença.
Até o momento, Eduardo Bolsonaro não se pronunciou sobre os gastos. A assessoria da Câmara informou que o uso da verba de gabinete durante afastamentos está dentro das normas, desde que os funcionários estejam devidamente nomeados e desempenhando funções compatíveis com o cargo.
O caso reacende o debate sobre os mecanismos de fiscalização e transparência na utilização de recursos públicos por parlamentares em licença, especialmente em contextos nos quais o afastamento se dá por motivos pessoais, como ocorreu com Eduardo.
No fim de abril, o deputado postou nas redes sociais uma foto ao lado da esposa e das filhas em um supermercado nos EUA, confirmando a mudança temporária. A previsão inicial é que a licença dure quatro meses. A permanência do gabinete operando com gastos elevados, mesmo na ausência do titular, deve agora atrair atenção de órgãos de controle e de outros parlamentares.
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