Miguel Gutierrez alega desconhecer fraudes contábeis de R$ 25,3 bilhões nos cofres da varejista
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Durou pouco a notícia da prisão do ex-CEO das Americanas, Miguel Guitierrez. O acusado de fraudes contábeis de R$ 25,3 bilhões nos cofres da varejista já está em casa, neste sábado (29).
Um dia depois de o alvo da Operação Disclosure se apresentar à polícia espanhola, sua defesa comunicou que Gutierrez considera ser vítima de “delações mentirosas”. E afirma que o ex-chefão das Americanas “jamais participou ou teve conhecimento de qualquer fraude”.
Na quinta-feira, a 10ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro autorizou a Polícia Federal a prender Gutierrez e outra ex-diretora das Americanas, Anna Christina Ramos Saicali, também investigada pelas fraudes. E ainda ainda determinou o sequestro de bens e valores de ambos, que somam mais de meio bilhão de reais.
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Segundo a CNN Brasil, a defesa detalhou que Gutierrez está em sua residência na cidade da Espanha, ressaltando que o endereço seria o mesmo às autoridades espanholas e brasileiras, desde 2023.
Após dizer que o ex-CEO das Americanas “sempre esteve à disposição dos diversos órgãos interessados nas investigações em curso”, os advogados de Gutierrez afirmaram que o executivo compareceu espontaneamente às autoridades, ontem (28), para prestar os esclarecimentos solicitados.
“Miguel agora poderá exercer sua defesa frente às alegações originadas por delações mentirosas em relação a ele”, declarou a defesa. “Miguel jamais participou ou teve conhecimento de qualquer fraude e que vem colaborando com as autoridades, prestando os esclarecimentos devidos nos foros próprios, manifestando uma vez mais sua absoluta confiança nas autoridades brasileiras e internacionais”, reforçou, em declarações à CNN Brasil.
Ontem, Saicali obteve um acordo com investigadores que levou a Justiça Federal a revogar sua prisão, para que ela retorne ao Brasil e entregue seu passaporte.
O esquema
O caso originado de fato relevante divulgado pela própria empresa já foi investigado por uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Americanas no Congresso Nacional, e levou 80 policiais federais às ruas, na quinta (27), para cumprir 15 mandados de busca e apreensão nas residências dos ex-diretores das Americanas e de 14 investigados, no Rio de Janeiro.
A PF divulgou que a atual diretoria das Americanas colaboram com as investigações contra seus ex-diretores, apontados como autores de fraudes contábeis relacionadas a operações de risco sacado. A manobra consiste em uma operação na qual a varejista consegue antecipar o pagamento a fornecedores por meio de empréstimo junto aos bancos.
A investigação ainda identificou, segundo a PF, fraudes envolvendo contratos de verba de propaganda cooperada (VPC), que consistem em incentivos comerciais que geralmente são utilizados no setor, mas no presente caso eram contabilizadas VPCs que nunca existiram. Além de fortes indícios da prática do crime de manipulação de mercado, uso de informação privilegiada, também conhecido como “insider trading”, associação criminosa e lavagem de dinheiro.
A operação faz referência à expressão “disclosure”, comum no mercado financeiro para indicar o repasse de informações para todos os interessados na situação de uma companhia, que pode ser traduzido como o ato de dar transparência à situação econômica da empresa.
Fonte: https://diariodopoder.com.br/brasil-e-regioes/csa-brasil/ex-ceo-das-americanas-ja-esta-solto-em-madri-e-minimiza-delacoes