Fiesp se alinha a Lula e critica Roberto Campos Neto

Para o presidente do órgão Josué Gomes, postura do presidente do Banco Central coloca em risco a autonomia da autoridade monetária

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O presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Josué Gomes, realizou ataques nesta terça-feira que o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, teria “posicionamento político“, o que colocaria em xeque a autonomia da autoridade monetária. Segundo Gomes, dois exemplos disso seriam a ida de Campos Neto às urnas em 2022 vestindo a camisa da seleção brasileira, e a homenagem que recebeu em jantar promovido pelo governador de São Paulo, Tarcisio de Freitas (Republicanos).

“Ele optou pessoalmente por um posicionamento político. Se acabarem com a autonomia do Banco Central, o “mérito” vai ser todo do Campos Neto”, disse Gomes a jornalistas em café da manhã realizado na Fiesp.

Questionado se Lula deveria se eximir de questionar a postura de Campos Neto à frente da autarquia, Gomes minimizou os ataques do presidente. Para o executivo, seria preciso “um José Alencar” para distensionar as relações entre o governo federal e o BC. José Alencar foi vice de Lula em seus dois primeiros mandatos. Ele é pai de Josué Gomes que faleceu em 2011. O político era um crítico contumaz dos juros altos.

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Segundo o presidente da Fiesp, o governo federal precisa de alguém capaz de reprovar publicamente decisões do BC. “Tinha alguém que falava com legitimidade sobre o assunto e ele (Lula) não precisava falar. Infelizmente falta hoje no governo alguém que trate desse debate, então ele se sente na obrigação de falar’.

Gomes também disse que o fato de a indústria ter avançado pouco nas décadas recentes é consequência da combinação entre câmbio, taxas de juros e impostos elevados sobre o setor. Segundo o executivo, a taxa de juros brasileira se manteve próxima a 6% na média dos últimos 25 anos, enquanto outros países adotaram percentual bem menor.

Além disso, ele acrescentou, a indústria responderia por aproximadamente 30% do montante arrecadado pelo governo federal em impostos, mesmo representando uma parcela relevante do PIB (25,5% em 2023).

Josué Gomes expressou desaprovação em relação à manutenção da taxa básica de juros em patamar de 10,5%, considerado por ele elevado, mesmo diante da queda nos índices de inflação nos últimos meses, o que estaria limitando investimentos na indústria.

Fonte: https://diariodopoder.com.br/brasil-e-regioes/sao-paulo/e04-sao-paulo/fiesp-se-alinha-a-lula-e-critica-roberto-campos-neto