Focos de incêndio no Pantanal e Cerrado têm maior número desde 1998

Pantanal atinge o recorde de 1367 focos de incêndios registrados em junho e previsão indica agravamento da situação nos próximos meses.

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O Pantanal e o Cerrado bateram recordes e registraram apenas neste primeiro semestre do ano a maior quantidade de focos de incêndio desde 1988, quando o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais  (Inpe) começou a monitorar as queimadas no país.

No Pantanal, a quantidade de focos de incêndios foi de 3.262 focos entre 1° de janeiro e 23 de junho. O número é 22 vezes o registrado no mesmo período de 2023 do ano passado, segundo o Inpe. O Bioma bateu o recorde de queimadas registrado no 1º semestre de 2020. Naquele ano, foram 2.534 focos de janeiro a junho e, ao fim de 12 meses, o fogo atingiu 22.116 focos.

No Cerrado, já são 12.097 focos de incêndio desde o começo do ano. Na comparação com o mesmo período de 2023, o aumento foi de 32%. Do total de áreas atingidas, 53% ficam na região conhecida como Matopiba, que engloba Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia e é a principal fronteira da expansão agrícola do Brasil.

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Segundo a analista de conservação da ONG WWF-Brasil, Cyntia Santos, os motivos para as queimadas precisam ter um olhar “sistêmico”.

“As cabeceiras do Pantanal, por exemplo, são áreas prioritárias para a preservação e restauração do bioma, e elas estão no Cerrado, que conecta áreas bem importantes da Amazônia. E todos esses biomas vêm sendo sistematicamente desmatados. Precisamos de um esforço conjunto de controle do desmatamento, de recuperação de áreas degradadas, de forma que possamos ter mais resiliência para as espécies que enfrentam as intempéries climáticas”

As projeções indicam pouco ou nenhuma chuva nos próximos meses durante o trimestre de Julho, Agosto e Setembro, as chuvas devem ficar abaixo da média na porção central do Brasil, englobando áreas do Pantanal, nos estados do Mato Grosso do Sul e Mato Grosso, parte da Amazônia, principalmente na parte central do Amazonas, e do Cerrado.

 

Agente da Polícia Militar Ambiental vistoria danos após incêndio florestal criminoso na Serra do Amolar, em Mato Grosso do Sul Imagem: Divulgação – PMA.

 

Climatologicamente, este período é considerado seco para esta região, então normalmente já se esperam poucos ou nenhum acumulado de precipitação. Mas como o período de queimadas começou mais cedo este ano, ainda no primeiro semestre, principalmente no Pantanal, as condições devem piorar durante a estação seca da região, pois as condições de altas temperaturas e baixa umidade do ar favorecem a propagação de incêndios.

Além disso, as mudanças climáticas estão agravando a propagação e intensidade das queimadas, com previsões de aumento de temperatura que podem atingir 5 a 7°C no Pantanal.

Fonte: https://diariodopoder.com.br/brasil-e-regioes/focos-de-incendio-no-pantanal-e-cerrado-tem-maior-numero-desde-1998