‘Meu lugar é o da defesa da democracia’: Marina afirma que foi desrespeitada e estuda medidas jurídicas contra senador

A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, afirmou que se sentiu agredida enquanto exercia seu trabalho na Comissão de Infraestrutura do Senado na manhã desta terça, em sessão tensa na qual foi atacada e desrespeitada.

“Eu me senti agredida fazendo o meu trabalho. Fui chamada para mostrar tecnicamente que as unidades de conservação, que estão sendo propostas para o Amapá, não afetam os empreendimentos.”

Durante a audiência que durou cerca de quatro horas, Marina enfrentou diversas interferências, entre elas o corte de seu microfone por parte do presidente da comissão, senador Marcos Rogério (PL-RO), enquanto senadores tinham liberdade para se manifestar sem limite de tempo. O clima ficou mais tenso quando o senador Plínio Valério (PSDB-AM) fez um comentário considerado ofensivo:

“A mulher merece respeito, a ministra não.”

Diante disso, a ministra se retirou da sessão, criticando a postura adotada contra ela e o tratamento que recebeu. “Eu não posso aceitar. Muito menos alguém me dizer que eu tenho que colocar no meu lugar”, afirmou Marina Silva. Em resposta às provocações, a ministra ressaltou seu compromisso:

“Meu lugar é o lugar da defesa da democracia, da defesa do meio ambiente, do combate à desigualdade, da proteção da biodiversidade, de processos de infraestrutura necessários ao país.”

No embate com o presidente da comissão, Marcos Rogério, Marina rebateu ironias e afirmou:

“Você gostaria que eu fosse uma mulher submissa. E eu não sou.”

Marcos Rogério chegou a dizer:

“Me respeite, ministra, se ponha no teu lugar.”

Essa fala provocou gritos de desaprovação no plenário, mas não evitou que Marina Silva optasse por deixar a audiência. A ministra ainda declarou à imprensa que não foi convidada para a comissão por ser mulher, e sim por sua posição à frente do Ministério do Meio Ambiente:

“Eu não fui convidada lá por ser mulher, fui convidada por ser ministra. Obviamente, me retirei da audiência. Estou aberta ao diálogo.”

Questionada sobre possíveis desdobramentos, Marina informou que seus advogados já avaliam o caso e que considera tomar medidas jurídicas em relação ao senador Plínio Valério, cuja declaração agravou o conflito.

“Eu graças a Deus respeito todas as pessoas. Sempre procuro fazer o diálogo. Agora, o que nunca vão ter de mim é submissão.”

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