O novo ministro da Previdência Social, Wolney Queiroz, comparece nesta quinta-feira (15) ao Senado Federal para prestar esclarecimentos à Comissão de Fiscalização e Controle sobre o escândalo de descontos indevidos em benefícios de aposentados e pensionistas do INSS. A audiência ocorre em meio à repercussão da Operação Sem Desconto, da Polícia Federal, que revelou um esquema bilionário de cobranças irregulares na folha de pagamento do Instituto Nacional do Seguro Social.
Subordinado à pasta da Previdência, o INSS está no centro da crise que levou à saída do então ministro Carlos Lupi (PDT) no início de maio. Wolney, que era secretário-executivo da pasta, foi nomeado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para assumir o comando do ministério após a exoneração de Lupi, ocorrida em meio à crescente pressão política.
A convocação ao Senado marca o primeiro teste político de Wolney desde que assumiu o cargo, com a missão de responder não apenas pela crise herdada, mas também por garantir a correção das distorções no sistema e recuperar a confiança dos beneficiários do INSS. Os parlamentares querem saber o que foi feito, o que será feito e quem é o responsável.
O caso veio a público após uma série de reportagens publicadas pelo portal Metrópoles, a partir de dezembro de 2023, que mostraram o crescimento acelerado de entidades que aplicavam descontos supostamente indevidos diretamente na folha de pagamento de aposentados. As denúncias levaram a Polícia Federal a deflagrar, em 23 de abril, a Operação Sem Desconto, que revelou uma rede de associações e sindicatos que faturavam milhões com cobranças não autorizadas.
Segundo apuração do Metrópoles, entre 2019 e 2022, 10 das 11 entidades investigadas pela PF foram autorizadas a operar os descontos pelo próprio INSS, ainda durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Já sob a atual gestão, os valores arrecadados saltaram de R$ 85 milhões para R$ 250 milhões por mês, o que representa R$ 2 bilhões por ano, mesmo com 62 mil ações judiciais movidas por aposentados que alegam ter sido vítimas de fraude.
A oposição acusa o governo Lula de omissão e ineficiência diante das denúncias, além de cobrar medidas mais rigorosas para ressarcir os aposentados lesados e punir os responsáveis. Já aliados do Planalto argumentam que o esquema tem raízes anteriores e que foi herdado da gestão de Jair Bolsonaro, além de destacar que a atual administração determinou investigações internas e colabora com os órgãos de controle.
Ao assumir a pasta, Wolney prometeu “apuração rigorosa” e afirmou que o foco será proteger os beneficiários da Previdência.
Fonte: https://agendadopoder.com.br/ministro-da-previdencia-chega-ao-senado-para-explicar-fraudes-no-inss-acompanhe-ao-vivo/